Sapiranga – Construída em 1845, pelo marceneiro e agricultor Johann Schmidt, um dos primeiros imigrantes alemães que vieram para o município de Sapiranga, a Casa Johann Schmidt, de estilo enxaimel, que também abrigou a Fundação Cultural, hoje se encontra em ruínas.
Mato alto no entorno, aberturas e telhado caindo, compõem o cenário atual do espaço. Em 2015, o imóvel ganhou uma cobertura de 12m por 12m, de lona e vigas de aço, uma tentativa de conter ações do tempo, principalmente a chuva, que fazia o telhado ceder. A ação que era para ser paliativa, virou definitiva e não houve qualquer movimento para retirar a estrutura do local ou de reforma no espaço.
Questionada, a Prefeitura de Sapiranga explicou da seguinte forma: “No que nos pertence, a extinção do prédio não é uma opção e que planos para recuperação e uso estão sendo estudados pelo Gabinete e pela Secretaria de Educação. No entanto, não há previsão de retirada da lona para nova intervenção”, esclareceu a procuradora, Mirian Monteiro, que esclarece outros aspectos: “A Fundação Cultural e do Meio Ambiente, está em extinção, e há muito que não existem responsáveis pelo espaço”, cita Mirian.
A procuradora ainda esclareceu que a Prefeitura promove atos emergentes, início de estudos para recuperação e captação de recursos, devido à consciência de preservação.
Entratanto, sem novas medidas e evolução dos estudos, os sapiranguenses continuam vendo parte de sua história cair no esquecimento.
Movimentos que buscaram resgatar casa histórica
Em 2016, o Repercussão publicou uma reportagem onde descrevia em detalhes os passos que a prefeitura buscava para restaurar a casa histórica. Naquela época, estavam envolvidas no projeto a Defesa Civil do Patrimônio Público (Defender) e a Fundação Cultural e do Meio Ambiente. Porém, nada evoluiu, e a casa desde então está em ruínas.
Naquela época, um termo de referência – espécie de memorial descritivo de projeto de engenharia – chegou a ser elaborado. Nesse documento, que futuramente se for utilizado, precisará passar por atualização, consta a realidade estrutural, de acervo, o PPCI, as patologias da Casa, além de narrar todo o diagnóstico da estrutura.
Captação ou devolução de imóvel
Em 2015, a Casa Johann Schmidt recebeu uma cobertura sobre a estrutura da Casa Tombada, para tentar evitar maiores danos à construção. Na compra da estrutura, composta por vigas de metal que apoiam, nas laterais e no centro, a lona que cobre o teto da Casa Tombada, foram investidos R$ 20 mil pela Prefeitura de Sapiranga. A última reforma do patrimônio histórico e cultural foi realizada há 15 anos, finalizada em outubro de 2001. Para a realização da reforma da casa, na época, foram investidos R$114.864,40. Para que o projeto do novo restauro inicie, é necessário que ele seja protocolado ao Ministério do Turismo, se aplique recursos próprios ou se capte recursos através de leis de incentivo. Ainda há a possibilidade de devolução do imóvel aos proprietários.