Campo Bom quer mais recursos para a área oncológica e aguarda decisão do Ministério da Saúde

Região – A fila de espera por tratamento oncológico em Campo Bom é um problema preocupante já há bastante tempo e, nos últimos meses, tem mobilizado a classe política em busca de mais recursos para o setor, o que aceleraria o atendimento de pacientes por parte do hospital referência, que é o Regina, de Novo Hamburgo.

No fim de fevereiro deste ano, o prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, e a secretária de saúde do município, Suzana Ambros Pereira, participaram, juntamente com representantes de Dois Irmãos, Ivoti e Novo Hamburgo, deputados da região, Renato Molling (federal) e Fixinha (estadual), de uma audiência em Brasília para cobrar uma solução do Governo Federal. À época, o ministro Ricardo Barros disse que, se comprovada a situação, autorizaria o aumento do repasse de verbas. Foi a partir deste encontro que a área técnica do ministério iniciou o processo de avaliação da situação. Este estudo foi finalizado, conforme nota da Secretaria abaixo, e confirmou a necessidade de mais recursos.

Já no início de julho, em uma nova audiência, marcada pela senadora Ana Amélia Lemos e pelo deputado estadual Fixinha, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, assumiu o compromisso de responder, em 15 dias, ao pedido de mais verbas para o tratamento oncológico no Vale dos Sinos. Todas as partes envolvidas aguardam, desde então, este posicionamento por parte do Ministério da Saúde do Governo Federal.

Nova reunião com SES

Uma nova reunião sobre o mesmo assunto ocorreu na segunda-feira, 23 de julho, em Porto Alegre, na Secretaria Estadual de Saúde. O encontro foi agendado pelo deputado Fixinha, que acompanhou as lideranças de Campo Bom e Taquara, novamente pautados pelo problema da fila de espera para tratamentos oncológicos no hospital de referência. A solução, como já apontada anteriormente pelos municípios, seria um repasse maior de recursos ao Hospital Regina.

Campo Bom e Secretaria Estadual

Segundo a Secretaria de Saúde de Campo Bom, município que atualmente enfrenta uma das piores situações com seus pacientes da oncologia, a situação continua em avaliação pelo Estado e pelo Ministério da Saúde (MS). Os pacientes do município que necessitam de tratamento são encaminhados e aguardam vaga conforme liberação do serviço de regulação do Estado. A pasta aguarda uma definição para Campo Bom e demais Municípios da região, referenciados ao Hospital Regina, de Novo Hamburgo.

A Secretaria Estadual de Saúde informou que Novo Hamburgo está pleiteando junto ao Ministério da Saúde o aumento de teto financeiro para absorver toda a demanda necessária. Este aumento, conforme a nota enviada ao Repercussão, tem aprovação pela Secretaria de Saúde do Estado e foi pactuado na Comissão Intergestores Bipartite. “Este novo impacto financeiro irá proporcionar a Novo Hamburgo aumentar o contrato do Hospital Regina na área de oncologia”, explica o texto, que segue: “O Estado realizou estudo técnico em conjunto com os municípios da região e confirmou a necessidade de aumento de recursos financeiros junto ao Ministério da Saúde. A questão aguarda solução e está em fase de avaliação por equipe técnica do MS”, finaliza, se colocando a disposição dos municípios interessados em discutir esta demanda na busca de uma solução conjunta.

Confira a nota enviada pelo Hospital Regina sobre a oncologia

O Hospital Regina desde 2007 é referência para atendimentos oncológicos para cinco municípios da região, sendo eles Campo Bom, Novo Hamburgo, Estância Velha, Ivoti e Dois Irmãos. Atualmente possui em média 2.000 atendimentos mensais, entre consultas com oncologistas clínicos, cirúrgicos, exames de diferentes seguimentos e quimioterapias.
Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, os agendamentos de primeira consulta são gerenciadas pelo agente regulador, que neste caso é a Secretaria de Saúde do Município de Novo Hamburgo para todos os municípios de referência, portanto não temos gerência dos pacientes em fila de espera. Vale ressaltar que cada município tem um quantitativo pré-estabelecido de consultas, este quantitativo é determinado através do cálculo populacional de cada cidade.
A Instituição desde 2015 vem sinalizando aos órgãos responsáveis que o recurso pactuado tanto físico como financeiro não são suficientes para atender toda a demanda que vem se apresentando, uma vez que os casos oncológicos ao longo dos anos está em uma linha crescente.
Sabe-se que o Hospital Regina tem papel fundamental no segmento de saúde da região, e reafirma que tem capacidade de ampliar seus atendimentos, porém é necessário uma repactuação dos tetos físicos/financeiros para viabilizar esta ampliação.
Sendo assim, como prestador parceiro e juntamente com os cinco municípios vem buscando esta repactuação junto ao Ministério da Saúde, inclusive esteve presente em reunião no dia 04/07/2018 em Brasília, no qual a pauta tratada era um posicionamento da União em relação ao pedido de aumento do teto financeiro para o serviço de oncologia. Na reunião, o Ministro da Saúde Gilberto Occhi se mostrou sensibilizado com as informações apresentadas e ficou de dar uma resposta em até 15 dias, portanto estamos na expectativa do retorno.”

Municípios avaliam

Em Nova Hartz, conforme a Secretaria de Saúde, os pacientes são atendidos pela referência na Capital. “Os pacientes oncológicos de Nova Hartz, são regulados pelo Estado e encaminhados para Porto Alegre, com um fluxo consideravelmente rápido conforme a especialidade e prioridade do caso”, diz a nota. Em Araricá, a referência também é Porto Alegre, e todos os pacientes oncológicos estão sendo atendidos. Não há lista de espera. Em Sapiranga, conforme a Secretaria de Saúde, as referências são também os hospitais de Porto Alegre. “O tempo médio de espera tem sido de não mais que 15 dias para algumas especialidades, outros um período um pouco maior, dependendo da disponibilidade da consulta liberada pelo Estado em POA”, diz a nota. “Para este ano foram encaminhados 179 consultas em oncologia, sendo que hoje aguardam por atendimento um total de 47 pacientes, que encontram-se cadastrados no Sistema”, conclui.