Campo Bom prepara a reestruturação da sua Usina de Reciclagem de lixo no Mônaco

Campo Bom – A cena até parece banal, mas envolve uma enorme complexidade por trás. Todos os dias, bilhões de pessoas ao redor do mundo abrem os portões de suas residências e deixam sua sacola de lixo para o devido recolhimento das equipes contratadas pelas prefeituras. Mas, e para onde vai verdadeiras montanhas de resíduos secos e orgânico? Em Campo Bom, todo o material recolhido vai para a Central de Triagem, no bairro Mônaco.

No local, existe uma estrutura que atualmente está aquém das necessidades que a Secretaria de Meio Ambiente e o município necessitam. O secretário responsável pela área em Campo Bom, João Flávio Rosa, contextualiza a importância da reforma dos atuais galpões onde ocorre a triagem do lixo. “Tenho conhecimento da defasagem da estrutura da Central há bastante tempo. Por uma série de questões, a estrutura está ultrapassada e fora das exigências que a realidade atual nos impõe. Seguidamente, conversava com o prefeito, Luciano Orsi, sobre a necessidade de dar atenção nesse tema. Quando assumimos, encontramos notificações da FEPAM alertando sobre a necessidade de nos adequarmos dentros das exigências da Lei dos Resíduos Sólidos. Imediatamente, iniciamos o diagnóstico das necessidades e um estudo de causa, visitamos centrais e tiramos os exemplos positivos para aplicar aqui”, comenta o secretário.

Quais serão as etapas que englobam a restruturação da Usina de Reciclagem

Na prática, a reforma no espaço envolve a construção de três áreas cobertas com estruturas de concreto pré-moldada totalizando 866m² de área a ser construída. O prédio de recebimento terá 340m², o prédio da triagem 448m² e o prédio do transbordo de 78m².

Licença para obra e viés sustentável

João Flávio conta que o projeto foi desenvolvido por uma empresa e a a licença junto à FEPAM demorou cerca de sete meses.

“Seguimos diversas normas técnicas e foi um trabalho de superação. Os pavilhões possuem um PPCI diferenciado e a engenharia utilizada também contará com um viés sustentável, com captação de água da chuva e um reservatório de 50 mil litros e que será utlizada para a etapa de lavagem do plástico reciclado pela equipe de separação”, exemplifica João Flávio.

Todo o processo licitatório foi superado e o início da obra iniciará em 4 de fevreiro. “Importante ressaltar que toda a coleta e a separação dos resíduos não vão parar. Entretanto, estamos sugerindo para a cooperativa que faz a sepração para que dê férias para parte da equipe, pois haverá movimentação de caminhões e equipamentos e precisamos pensar na segurança das pessoas”, avalia João Flávio, que destaca ainda a necessidade, logo adiante, da cooperativa ampliar o seu quadro de colaboradores com a ampliação da Usina.

Percentuais de Reciclagem devem subir

O secretário analisa ainda que a reforma da Usina de Reciclagem é o guarda-chuva de toda a gestão dos resíduos e exerce um papel importante. “O modelo atual não está adequado e não tinha como fazer uma boa operação. Com essa nova realidade, projetamos um aumento na quantidade de material reciclado e na qualidade de vida de quem opera o serviço. Recebemos 40 toneladas de lixo diariamente e precisamos de um local adequado”, pontua.

Outros detalhes

Atualmente, Campo Bom recicla 12% dos resíduos e a meta é chegar aos 20%. O trabalho da reforma levará até 120 dias, mas a meta da empresa é entregar antes. O investimento será de R$ 687.936,37 com uma parte de recursos próprios e outra do Fundo de Meio Ambiente. A vida útil da estrutura será de 20 anos.

Texto: Deivis Luz

Fotos: Arquivo JR