Campo Bom – Gerir um hospital com dez leitos de UTI e centenas de profissionais é uma árdua missão. Nos últimos meses, a prefeitura através da Secretaria de Saúde, da Procuradoria Jurídica, Secretaria de Administração e do próprio prefeito, Luciano Orsi, precisaram demonstrar muito jogo de cintura para contornar nova greve que chegou até mesmo a ser anunciada, na semana passada, pelo corpo clínico responsável por atender milhares de usuários do SUS.
Em recente audiência de conciliação no Fórum campo-bonense na segunda-feira (3), representantes dos médicos e membros da Prefeitura conseguiram um acordo possibilitando o pagamento dos meses de março e abril (primeira quinzena) aos médicos que ainda possuíam pendências salariais com o Instituto Inova. Mesmo com esse importante avanço o diretor eleito do corpo clínico, Joaquim de Dellamora Mello, ainda lamenta que os médicos possuem pendências financeiras de cinco meses (junho, julho, agosto, setembro e metade do mês de outubro de 2018) com o antigo administrador do Lauro Reus (que era o Hospital de Caridade São Roque, de Faxinal do Soturno). “Desse período não temos previsão de rebimento”, lamenta Joaquim.
Mas, em meio a todas essas adversidades, a Prefeitura de Campo Bom projeta uma série de investimentos que mudarão a atual capacidade técnica do hospital, através da compra de equipamentos fundamentais.
Entrevista
Jornal Repercussão – Em uma recente carta aberta do corpo clínico, uma das queixas era o raio-x que estava estragado. O que está em encaminhamento neste aspecto?
Luciano Orsi – Temos duas ações concretas. Uma é a compra do novo raio-x. Isso foi licitado na semana passada, e tem prazo até quarta-feira (5) e se não houverem recursos teremos a licitação concluída. E, dentro de 10 dias, estamos com a compra do raio-x efetuada, e só o prazo para o pessoal instalar o novo raio-x.
Jornal Repercussão – O raio-x existente possuía limitações? Explique para o cidadão compreender.
Luciano Orsi – O raio-x existente não estava estragado, mas ele possui um tempo de uso avançado. Recentemente, ele teve esse problema maior, faz um período de 30-60 dias. Começou a ficar mais lento, e começou a prejudicar os trabalhos, pois não podia ser exigido na maneira normal. Então, começamos a fazer toda a pesquisa técnica, e termo de referência para comprar um novo, pois não é uma coisa muito simples. São dados técnicos, pois tínhamos feito uma vez, e ocorreu uma impugnação e tivemos que fazer novamente o procedimento com os dados técnicos, mas ele veio decrecendo até que ele realmente pifou, mas ainda temos o raio-x móvel que utilizamos, mas ele não resolve todas as situações. Esse novo aparelho de raio-x que estamos comprando será um investimento aproximado de R$ 100.000,00.
Jornal Repercussão – E o aspecto do aparelho de tomografia? Essa é outra carência do município.
Luciano Orsi – Na verdade, Campo Bom nunca contou com um aparelho de tomografia. Existia um aparelho sucateado que foi trazido para cá, mas que não funcionou, estava desmanchado e quando o São Roque foi embora levaram a sucata junto. Não tinha finalidade aqui. Agora, estamos comprando um tomógrafo novo, Temos a estimativa dentro do empréstimo de R$ 3 milhões, que R$ 1,2 milhão será o custo do aparelho de tomografia. Mas, é um financiamento e dependemos da liberação para fazermos a licitação. Ele está encaminhado, e acredito que conseguiremos fazer essa licitação, dependendo dos trâmites burocráticos, de fazer a questão do termo de referência. Isso tem que ser bem ajustado, porque se não, não conseguimos levar o pregão e a licitação adiante.
Equipamentos
Outra preocupação da administração é deixar todos os equipamentos de todos os setores do hospital em condições e em funcionamento, reitera o prefeito de Campo Bom.
Gerador e capacidade de energia
Outra importante melhoria que a administração está prestes e efetivar é a compra de um novo gerador de energia.
O atual, de 150 Kwa, não comporta mais a necessidade exigida por todos os equipamentos do Hospital Lauro Reus. “O atual gerador não tem condições de atender a todo o hospital. Além disso, precisamos readequar todo o quadro de comando elétrico para que consiga suportar a energia demandada pelo hospital. Investiremos outros R$ 250 mil na aquisição desse novo gerador”, cita.
Eventuais empecilhos no atendimento
Questionado sobre o período de transição e qualquer dificuldade de atendimento que um cidadão possa enfrentar no Lauro Reus o prefeito foi enfático. “Caso isso venha a ocorrer é necessário procurar diretamente a secretaria de Saúde. Contamos com uma gestão terceirizada e somos o fiscal do contrato. Quando algo não está bem, atuamos”, pondera.