Campo Bom investe em estrutura para a preservação

Campo Bom – Nas últimas décadas o tema da preservação ambiental já ocupa o lugar de destaque na gestão pública. Mesmo a nível municipal, as ações podem sim gerar um impacto a médio ou longo prazo, contribuindo para o equilíbrio da natureza.

Campo Bom é destaque quando o tema é meio ambiente. Em 2017, foi iniciado um estudo detalhado sobre a gestão dos resíduos no município e, os resultados, diagnosticaram uma defasagem na capacidade da usina de reciclagem, criada em 1996. O espaço foi projetado para receber e separar cerca de 20 toneladas de lixo por dia e, em meio ao estudo, foi constatado que o material recebido diariamente já ultrapassava as 40 toneladas. Era necessária uma mudança. Foi assim que a Prefeitura de Campo Bom começou o processo para a reformulação da usina que, neste ano, foi finalizada. Dois pavilhões foram erguidos para abrigar os materiais e a nova plataforma de triagem, elevada e mais moderna, proporciona agilidade e otimização para a equipe da cooperativa que realiza o serviço.

Desde a inauguração da nova esteira já foi possível sentir as melhorias. “Tivemos um aumento de cerca de 10% nos índices de reciclagem e diminuição na quantidade de rejeitos que vai para o aterro. Era cerca de 1.030, 1.040 toneladas e em abril não chegamos na marca de mil”, comenta o secretário de Meio Ambiente, João Flávio da Rosa.
O material que não é selecionado para a reciclagem cai direto nas chamadas ‘caixas de transbordo’ e de lá são encaminhadas para um aterro sanitário em São Leopoldo. A meta é a diminuição desse rejeito, já que o custo gira em torno de R$ 150 por tonelada, entre o transporte e o aterramento.
A nova estrutura faz toda a diferença, já que o lixo fica protegido da chuva, vai pesar menos e também conservar algum material que pode ser reciclado, como o papel. “Antes
das melhorias que fizemos nestes anos, a Prefeitura recebeu até multas. Só de ficar abrigado aqui o material já conserva alguma utilidade e ajuda no trabalho da cooperativa”, explica João Flávio.
A estrutura contou com investimento de mais de R$ 710 mil, e nos equipamentos foram cerca de R$ 390 mil. Esses números chegam a R$ 1,3 milhão, quando somados às demais melhorias já implementadas, como sistema de drenagem e tratamento de afluentes. “É um conjunto de medidas que já está dando resultado. Um planejamento estratégico em curso, mas o principal estamos conseguindo executar”, completa o secretário.

 “Campo Bom tem uma política de meio ambiente séria e que investe! Acompanhamos a mudança da usina de reciclagem da nossa cidade desde o início da gestão, em 2017. O que vimos quando chegamos, não é mais o que se encontra quando viemos aqui atualmente. Os investimentos são notáveis e retornam em melhores condições e melhores resultados, além da economia aos cofres públicos”, afirma o prefeito Luciano Orsi.

Floração Hortas Urbanas
Reutilização do material orgânico
No estudo realizado pela Prefeitura de Campo Bom, através da Secretaria de Meio Ambiente, um dado importante chamou a atenção das equipes. A grande questão com o lixo recolhido na cidade estava com os materiais orgânicos e não com o seco (recicláveis). “Hoje o nosso foco é para que as pessoas realizem a separação, mesmo que só entre seco e orgânico. Quanto mais acontecer essa seleção, mais material será reciclado, porque ele fica mais conservado, menos gastaremos com o residual, que pagamos para descartar, e o meio ambiente agradece”, orienta o secretário de Meio Ambiente.
Uma das medidas para incentivar a separação de lixo é o projeto Floração Hortas Urbanas que realiza a troca de materiais orgânicos por mudas de plantas. O material recolhido (cascas de frutas, erva de chimarrão, folhas secas) passa pelo processo de compostagem e vira um adubo natural e altamente nutritivo. “Antes o projeto recebia recicláveis e trocava por mudas de flores. Quando identificamos essa questão dos orgânicos mudamos o projeto e deu muito certo. Em 2019, o Floração recebeu um prêmio estadual e são muitas as pessoas que há anos participam”.
O projeto estimula a prática das hortas urbanas e, como consequência, incentiva o hábito da separação do lixo. Em 2021 foram mais de 3 mil pessoas visitando o espaço que fica na Avenida Bibiano Trott, no Centro, e atende nas quartas-feiras das 8h30 às 11horas e das 14h às 16h e, aos sábados, das 9h às 11 horas.