Campo Bom enfrenta greve dos rodoviários

Paralisação | Rodoviários cobram o pagamento do FGTS não recolhido por empresa que integra Consórcio CCB

Campo Bom – O transporte público de passageiros no município enfrentou a primeira grande crise desde que o Consórcio Coletivo Campo Bom (CCB) passou a atuar, em 2011. A consequência foi a paralisação total dos serviços prestados à população nesta quarta-feira (29). O consórcio, formado pelas empresas Viação Campo Bom e Stadbus Transportes Coletivos, transporta cerca de 2.400 usuários diariamente.

Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campo Bom, uma das empresas do Consórcio, a Viação Campo Bom, deixou de recolher o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de aproximadamente 20 trabalhadores, gerando insatisfação dos funcionários, a sua maioria motoristas. Em reunião na tarde da quarta-feira (29), a Viação Campo Bom se comprometeu a quitar todos os débitos em 30 dias. “O Consórcio concederá um reajuste de 9% nos salários e mais uma gratificação para os motoristas que exercem a função de cobrador”, destaca Roger Bento, do Sindicato dos Rodoviários. Até o fechamento desta edição (18 horas) a greve estava prestes a encerrar.

Outra reivindicação do Sindicato, a volta do cobrador aos coletivos, também foi discutida. “Atualmente, os motoristas desempenham uma função a mais. Isso é contra as leis de trânsito”, comenta João Carlos Souza, do comando de greve do Sindicato dos Rodoviários de Campo Bom.

Diretor da Stadbus explica situação

O diretor administrativo da Stadbus, Vanderlei Cassol, explica que a empresa está em dia com todas as suas obrigações trabalhistas de seus funcionários. “Os salários dos trabalhadores e o FGTS estão em dia. Não devemos nada. Mas, sabemos pelo Sindicato que há atrasos por parte da Viação Campo Bom”, comenta. Cassol reafirmou ainda que os planos de saúde dos funcionários da Stadbus em Campo Bom estão sendo pagos em dia, sem prejuízos aos colaboradores.

Sindicato dos Rodoviários cobra maior fiscalização

Uma das cobranças do Sindicato é a ausência de fiscalização do Conselho Municipal de Transportes sobre o que afeta a categoria. “Permitiram a retirada dos cobradores dos ônibus e o desemprego de trabalhadores. Tudo com o concentimento do Poder Público. Não houve nenhuma contrariedade dos gestores”, destaca João Carlos Souza. “Estamos estudando e bem próximos de atender ao pedido de reajuste do Sindicato”, revelou o diretor da Stadbus, Vanderlei Cassol.

Trabalhadores estão em greve, mas não impedirão saída de ônibus

Membro do comando de greve do Sindicato dos Rodoviários, João Carlos Souza, cita que como não houve evolução nas negociações, os trabalhadores cruzaram os braços desde as 14 horas da quarta-feira (29). “Recolhemos os ônibus das ruas”, disse.

Conselho dos Transportes aprova aumento da tarifa

O Conselho Municipal dos Transportes Públicos Urbanos (COMTPU/CB) decidiu por unanimidade conceder reposição de 12,72% nas tarifas de ônibus que passam para R$ 3,10 a partir de 1º de agosto. O decreto será publicado essa semana, pelo prefeito Faisal Karam. O último reajuste foi em 2012, quando a tarifa ficou em R$ 2,85, sendo que em 2013 houve redução para R$ 2,75 por conta da desoneração de PIS/Cofins.

Crédito Foto: Tiago Souza