Campo Bom e a preservação das tradições gauchescas

História | Movimento tradicionalista cresceu e colocou Campo Bom como referência no Estado

Neste ano, Campo Bom irá sediar a 39ª edição do seu Rodeio Nacional – um marco que reflete os esforços do município e dos moradores, de manter viva a tradição gaúcha. No município, tanto as provas campeiras, que é o forte do CTG Campo Verde, quanto as provas artísticas e culturais – nas quais CTGs como o M’Bororé se destacam – são realizadas com qualidade e dedicação pelos membros dos Centros de Tradições Gaúchas campo-bonenses.

“O Campo Verde é o ícone, o princípio desse movimento tradicionalista de Campo Bom. Tanto os festivais quanto os outros próprios CTGs campo-bonenses são oriundos do Campo Verde”, recorda Dirceu Knevits, patrão do CTG Campo Verde, Centro que está organizando a 39ª edição do Rodeio Nacional de Campo Bom, em parceria com os demais CTGs do município.

História do tradicionalismo no município e do Rodeio Nacional

“Na época, quando tínhamos só o Campo Verde no município, primeiro aconteceu que uma família de São Miguel Vicente deixou o CTG, depois disso um grupo que fazia parte da invernada do Campo Verde teve um desentendimento com os demais e a direção do CTG, e acabou saindo, esse grupo depois formou o CTG M’ Bororé. Foi assim com a formação dos outros CTGs, como o Guapos do Itapuí, que é outro Centro daqui de Campo Bom. Os grupos foram se separando e seguindo carreira em seus próprios Centros de Tradições Gaúchas”, explica Dirceu Knevits.

Para Dirceu, as separações foram algo positivo. “Isso é muito salutar, até porque em consequência disso temos um crescimento do tradicionalismo bem acentuado no município. Fez com que o Campo Verde e os demais CTGs crescessem juntos. Há uns sete anos, fui convidado a assumir o Campo Verde, e criamos uma forma diferenciada de administrar e premiar os participantes do Rodeio, uma forma que foi bem aceita pelos participantes, já que mais duplas passaram a ser premiadas”, conta Dirceu, lembrando que quando o Campo Verde passou por dificuldades, a Prefeitura ajudou a mantê-lo.

Ele enfatiza que o grande diferencial do Campo Verde são as provas campeiras. “Não temos uma invernada artística própria, somos competidores fortes nas provas campeiras. Fomos campeões do Braço de Ouro, prêmio máximo do estado. Somos a única entidade em Campo Bom a ter a parte campeira”, explica Dirceu, enfatizando que CTGs como M’Bororé têm seu forte nas provas artísticas. “O M’Bororé, por exemplo, se destacou nas últimas provas artísticas em Santa Maria”, lembra. Para Dirceu, a especialização do Campo Verde nas provas campeiras é um diferencial. “Eleva o CTG e o coloca como um dos melhores da região”.