Campo Bom atinge 100% na vacinação contra a poliomielite

Por Cláudia Silva

Campo Bom atingiu nesta semana um marco importante para a saúde da população. A meta de vacinação contra a poliomielite atingiu os 100%.

Nos últimos anos, tanto a nível nacional quanto estadual, campanhas de vacinação têm sofrido com baixa adesão ou dificuldade para atingimento da meta de cobertura. Alguns fatores contribuem para esse problema, como a pandemia e a disseminação de informações falsas, que põem em dúvida a eficácia das vacinas. Neste ano, por exemplo, a campanha contra a poliomielite, realizada tradicionalmente no mês de agosto, precisou ser prorrogada.

 

A medida, do Ministério da Saúde, alertou as equipes de saúde em Campo Bom. “Quando veio a primeira prorrogação, tínhamos entre 53 a 55% de cobertura. Então, mudamos a nossa estratégia, a partir daí passamos a ir nas escolas”, comenta a secretária de Saúde, Suzana Ambros Pereira.

Com as ações de busca ativa nas equipes de cada UBS, passagem por todas as escolas da rede e ainda os mutirões de vacinação aos sábados, em pouco mais de 30 dias o município ultrapassou a meta nacional de 95% de cobertura vacinal contra a doença. Campo Bom se torna referência para o RS, que hoje está com menos de 60% das crianças vacinadas.

Estratégias assertivas para alcance
A organização de toda a rede de Saúde foi fundamental para a conquista desse resultado em Campo Bom. Para além da campanha contra a poliomielite, as outras vacinações também avançaram, como conta a secretária de Saúde. “Nos dias D, de multivacinação, todas as unidades abriram das 8h às 17, sem fechar ao meio-dia. Então, aproveitamos o momento também pra vacinar os acompanhantes das crianças, os adultos que estavam com dose atrasada. Isso foi muito produtivo, porque a gente pegou também aqueles adolescentes que estavam atrasados com HPV, então puderam fazer febre amarela, sarampo, por exemplo, e algumas pessoas da Covid-19”.
A poliomielite foi considerada erradicada no Brasil em 1994, mas o risco de volta da doença é alto à medida em que a cobertura vacinal diminui. “É fundamental que a gente tenha uma vacinação em massa. Muitas pessoas desconhecem a doença, e não entendem a gravidade. Fizemos com as equipes uma espécie de reciclagem com vídeos e materiais. A doença existe no mundo ainda e precisamos combatê-la”, orienta Suzana Ambros.
Na tabela ao lado, os números da vacinação em Campo Bom por UBS até 27 de setembro. São dois tipos de vacinas aplicados, dependendo da idade da criança.