Campo Bom aplica alternativas para driblar carências na área oncológica

Luciano Orsi com secretária Arita Bergmann Foto: Prefeitura de Campo Bom/Arquivo

Campo Bom – Com uma fila de quase 70 pacientes aguardando a sua vez para atendimento na área oncológica coube a Administração encontrar alternativas para desafogar a lista de espera na área.

 

Com 90% dos casos referenciados junto ao Hospital Regina, em Novo Hamburgo, e a possibilidade de acolher de oito a nove pacientes oncológicos no mês, a Prefeitura de Campo Bom vê os casos de judicialização dos atendimentos das pessoas com câncer e que necessitam de tratamento crescer: nesta semana a secretaria municipal de Saúde estava com quatro processos judiciais na mesa do secretário de Saúde, João Paulo Berkembrock. “Estamos com muita dificuldade. Temos acesso de oito a nove vagas para atendimento, mas nossa demanda é de 13 a 14 pacientes”, exemplifica o secretário.
Na perspectiva de solucionar parte da demanda reprimida a Prefeitura tem adotado medidas alternativas para não deixar a população desassistida. “Adotamos uma estratégia em conjunto com o Hospital Dr. Lauro Reus, em especial, nas áreas da ginecologia e que necessitam de cirurgia ginecológica (casos de câncer de útero, ovário e situações correlacionadas). Desta forma, estamos conseguindo tirar da fila de espera junto ao Hospital Regina algumas mulheres que aguardavam a sua vez e fazendo estas cirurgias no Lauro Reus. Além da área ginecológica, desenvolvemos um trabalho com um dermatologista também na tentativa de reduzir o tamanho da fila e o longo tempo de espera”, justifica.

Secretário cita necessidade de intervenção estadual na área

O deputado estadual, Issur Koch, do Progressistas, acompanha o sofrimento das famílias e cita os seus passos para contribuir com o tema. “Em conjunto com o senador, Luís Carlos Heinze, teremos uma agenda nos próximos dias com o Ministério da Saúde para discutir o aumento do número de vagas para tratamento oncológico na região. Sabemos que o Regina fará até o dia 29 de novembro um mutirão de atendimento oncológico para atender estes casos e reduzir a fila de espera, mas nosso objetivo é buscar uma solução permanente para esta situação. Nesta agenda, buscaremos a participação da AMVARS e do Hospital Regina para aprofundar o debate”, citou Issur.

No entendimento do secretário de Saúde de Campo Bom, João Paulo Berkembrock, nestes últimos meses aumentou expressivamente a quantidade de pessoas que necessitam de consulta e acesso ao tratamento. “E, quanto mais tu procura, mais encontra pessoas que necessitam de atendimento. Proporcionamos um aumento do diagnóstico. Caso o Estado não intervenha de forma a ter condição de ter mais possibilidade de atendimento no hospital de referência e ampliar o acesso, ficará extremamente complexa essa especialidade para nós de Campo Bom”, alerta o secretário João Paulo.

Revisão de referências em andamento

A secretaria Estadual de Saúde informou que a Unidade de Oncologia do Hospital Regina está sob a gestão da Prefeitura de Novo Hamburgo, que também é responsável pela regulação de acesso. Neste momento, o Estado está revisando as referências, inclusive na área de oncologia e o órgão estadual trabalha para remanejar, temporariamente, esses pacientes a outra Unidade Oncológica, até que outro serviço tenha habilitação pelo Ministério da Saúde nessa macrorregião.
O Estado afirmou ainda que, através do Programa Assistir, a Secretaria Estadual de Saúde estimou incentivo (aporte financeiro) nas unidades oncológicas, considerando suas produções, para incrementar a realização dos exames necessários ao diagnóstico e acompanhamento do câncer, contemplando, também, a unidade de Novo Hamburgo.