Bom de laço, seu Osmar recebe uma homenagem

Exemplo | Vereadores prestam homenagem à arariquense

Araricá – Cavalariano à moda antiga, daqueles capazes de percorrem grandes distância no lombo do cavalo para reverenciar o herói farroupilha Bento Gonçalves, seu Osmar Antônio da Silva, 86 anos, recebeu uma homenagem da Câmara de Vereadores. Devido a uma catarata em um dos olhos, deixará de lado uma de suas paixões: a participação em grandes cavalgadas.

Domador, seu Osmar lidou com muitos cavalos xucros. Mas, mal sabia que teria que deixar de lado uma de suas paixões, em razão da lentidão em conseguir realizar uma simples cirurgia de catarata. “Estou aguardando há mais de um ano para fazer a cirurgia e até agora nada. Falei até com a secretária de Saúde, mas infelizmente, as coisas não andam”, conta.

Morador do município desde a década de 1950, seu Osmar conheceu personalidades históricas de Araricá, como Maurício Barani. “Subia e descia com as carretas de boi pela Avenida José Antônio de Oliveira Neto levando muita cana de açúcar e eucalipto até a estação do trem. O atual prefeito – Sergio Machado – andou muito no meu colo quando criança”, relembra orgulhoso.

Seu Osmar teve uma infância humilde. Estudou apenas até a segunda série. Mas, em 2012, ele reescreveu a própria história. Passou a frequentar o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) em uma escola no Porto Palmeira. “Consegui então completar até o oitavo ano. A professora Graziela me incentivou e pegava carona com ela para chegar na escola. No dia da formatura, o antigo prefeito, Flávio Foss, pediu que eu levantasse e disse para todos os presentes que nunca é tarde para aprender.”, recorda.

Um pouco da trajetória

O cavalariano mais antigo de Araricá conta que pretende andar a cavalo pelas ruas do município até os 100 anos. “Isso não tem como deixar de fazer. Tenho uma égua da raça Mangalarga”, revela.

E foi nos lombos de muitos cavalos que o seu Osmar conquistou muitos troféus e prêmios. “Eu era muito bom de corda”, conta sorrindo. O cavalariano revela que participou de diversos campeonatos e na sala da sua residência possui muitos prêmios dos campeonatos que disputou.

A paixão pelo tradicionalismo veio por volta dos sete anos de idade. “Eu tinha um primo que sempre estava de bombacha. Então eu disse que queria ser gaúcho como ele. Brincava de colocar o lenço no pescoço e depois disso nunca mais tirei a bombacha”, recorda. Osmar vive com a esposa e quatro filhos às margens da RS-239.