Para evitar que veículos ficassem estacionados em um mesmo local por muito tempo (ou até mesmo durante todo o dia), a Prefeitura concedeu a exploração do serviço de estacionamento rotativo para a empresa Rek Parking em 2012. O discurso na época era de que a decisão democratizaria o uso das vagas na área central do município.
Das 612 vagas do sistema original, atualmente, existem 523 – redução de 15% em dois anos – enquanto a frota de Sapiranga saltou de 38 mil veículos para mais de 41 mil, conforme estatíticas do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran/RS). Mesmo com o aumento de mais de três mil veículos transitando pelas ruas do município, houve consenso entre os integrantes da Prefeitura, em 2013, que era necessário reduzir a área do estacionamento rotativo.
Mas, afinal. A implantação do sistema trouxe avanços ou prejuízos aos usuários e comerciantes? Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Álvaro Pereira, a medida foi de encontro com as necessidades da categoria. “Proprietários de veículos acabavam deixando seus carros, por longos períodos, em frente dos comércios, prejudicando aquele cliente que desejava fazer uma compra rápida”, relembra o representante dos lojistas. Entretanto, Pereira defende mudanças no atual sistema do estacionamento rotativo. “Pedimos à Prefeitura a ampliação do tempo de tolerância”, cita.
Funcionamento do sistema da Zona Azul
>Outro ponto que gera controvérsia no sistema de estacionamento rotativo em Sapiranga é a geração de multa quando o motorista deixa de pagar a notificação em um prazo de 48 horas.
>A resolução 45 do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran/RS) impede a conversão do não pagamento da tarifa da Zona Azul em multas.
>Conforme Sidnei Vieria Soares, da Guarda de Trânsito de Sapiranga, somente em 2013, foram contabilizadas mais de 1.079 notificações. “Antes da implantação do sistema rotativo, as pessoas praticamente privatizavam as vagas próximas do local de trabalho, por exemplo. Temos pedidos para que o estacionamento rotativo seja ampliado para a rua Getúlio Vargas”, comenta o agente de trânsito.
>A Rek Parking foi questionada sobre a quantidade de notificações emitidas em 2013, quantas foram pagas, quantas foram desconsideradas, mas até o fechamento desta edição a direção não havia esclarecido os questionamentos.
Eles avaliam a Zona Azul
“Cheguei a ser multado no ano passado pelos fiscais. Não concordei com a multa e fui reclamar na Prefeitura. Às vezes, dez minutos é pouco.” Anildo Deves, 75 anos, aposentado
“Acredito que 15 minutos seria o adequado. Às vezes, é necessário trocar moedas no comércio e isso consome tempo. Um bloco de cortesia também é uma boa alternativa.” William Dapper, 18 anos, lojista
“Recebemos poucas reclamações dos usuários sobre o estacionamento rotativo. O pedido da CDL está em análise. Nosso controle é rígido e o diálogo é constante com a Rek Parking.” Delso Ivan Civa, sec. de Segurança Pública e Mobilidade Urbana
“A implantação da Zona Azul foi positiva. Democratizou as áreas de estacionamento e deu possibilidade iguais para todos. Seria interessante ampliar o prazo de tolerância.” Álvaro Pereira, presidente da CDL de Sapiranga
CDL quer mais tempo
Em ofício encaminhado para a Secretaria de Segurança Pública e Mobilidade Urbana da Prefeitura, a CDL sugeriu que o tempo de tolerância fosse ampliado de dez para 15 ou 20 minutos. “Estamos analisando o pedido”, disse Delso Ivan Civa, titular da pasta.
Zona Azul na Av. 20
Em 2013, após estudos, a Prefeitura de Sapiranga solicitou a exclusão da av. 20 de Setembro da área da Zona Azul. “Porém, recebemos diversos pedidos de comerciantes da região para que o sistema volte a ser implantado”, revela Delso Civa (o Dídio).
Usuários criticam
Entre as principais críticas apontadas pelos usuários do estacionamento rotativo, está o prazo de tolerância. Entre as sugestões indicadas pelos moradores está o aumento do tempo de tolerância. A distribuição de blocos de cortesia também foi proposta.
