Aumento no consumo de bebidas alcoólicas durante a quarentena causa preocupação

Consumo elevado de bebidas alcoólicas durante a quarentena preocupa famílias - Foto: Divulgação

Sapiranga – Em época de quarentena, estamos trazendo para dentro de casa hábitos sociais que cultivamos ao longo das nossas vidas. A ingestão do álcool é um desses costumes, porém, devido ao período em que vivemos, seu consumo aumentou consideravelmente e se tornou fator de preocupação para muitas famílias.

De acordo com o psicólogo Luiz Antônio Moraes, isso tem um porquê. “Estamos adaptados a estilos de vida que regulam nossas emoções e auto estima, trabalho e lazer. Trabalhamos, convivemos socialmente, e aí de repente precisamos abrir mão desse mundo e nos adaptar a uma outra forma de vida, uma infinidade de restrições”, nos conta. Segundo o psicólogo, temos na nossa cultura a tendência de ver o álcool como fonte de alegria e relaxamento, então, muitas pessoas acabam usando ele como automedicação por estarem assustadas ou sofrendo. Mas com tudo isso, ele tem um duplo efeito: “em primeiro momento, relaxa, traz euforia, alegria, mas ao mesmo tempo diminui nossos mecanismos de censura para convívio social, então é mais complicado controlar agressividade”, diz Luiz Antônio.

AA adapta reuniões durante o período de quarentena

O Alcoólicos Anônimos segue com atividades para atender àqueles que possuem necessidade, porém de forma adaptada perante a pandemia. De acordo com um prestador de serviço do escritório de serviços locais do AA em Novo Hamburgo, o grupo segue fazendo reuniões online, mas mantém um plantão presencial para auxílio aos que procuram o AA nesse período. Em Sapiranga, pela amplitude do espaço, as reuniões seguem presencialmente a partir das 19h, seguindo as recomendações de cuidado contra o Covid-19.

Consumo elevado causa problemas

Muito mais do que problemas físicos, o consumo desenfreado de bebidas pode causar problemas de convívio e relacionamento. “O que está acontecendo é o uso e abuso para tentar conviver melhor com a situação mas o resultado acaba sendo que o pessoal se torna mais impulsivo, e isso gera violência doméstica, feminicídio, brigas com vizinhos… e até mesmo a deterioração física do usuário”, diz Luiz Antônio.