Atuar no enfrentamento e na prevenção da violência de gênero é um dos pilares do CRAM de Sapiranga

Foto: Vitor Carvalho / Departamento de Comunicação

Sapiranga – A dor física e psicológica enfrentada pelo gênero feminino deve ser acolhida pelo poder público de forma segura, empática e com conhecimentos sociais e técnicos.

 

Em Sapiranga, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) Alzira Valesca Lampert Fett, auxilia mulheres para que não sofram outros problemas depois de terem suas vidas invadidas e invalidadas, já que a falta de informação está entre as principais barreiras para que vítimas de violência não busquem ajuda.

O CRAM, que atua desde 2011 no combate à violência contra pessoas do gênero feminino, é um espaço de acolhimento e atendimento, psicológico e social, que oferece orientações e encaminha demandas para demais setores públicos e privados. Através dele, mulheres em situação de violência podem compreender melhor a situação em que estão inseridas e desvencilham-se disto de forma segura. A atuação do CRAM contribui para o fortalecimento de mulheres, no resgate de sua cidadania, valores, moral e até mesmo de sua vida profissional e financeira.

FLUXO DE ATENDIMENTOS

As pessoas que procuram o Centro de Referência, normalmente, já conhecem seu trabalho e atuação, mas, muitas ainda desconhecem o auxílio e suporte que podem ser prestados pela equipe social. Para reverter situações de violência, é necessário uma rede de proteção segura, com profissionais capacitados e preparados para receber todas as demandas de agressão, seja física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral.

Ao chegar no espaço, a mulher é recebida pela assistente social, que acolhe e ouve seus relatos, sem pré-julgamentos, respeitando seu tempo de decisão sobre os próximos passos, sem culpabilização e com conhecimento necessário para auxiliar. Posterior a isso, é feito o encaminhamento para a psicóloga. Em casos de denúncia em horários de plantão, quem atende as mulheres é a coordenadora do Centro de Referência.

O CRAM fornece uma rede de proteção ampla e atuante no enfrentamento da violência, são feitos ao mês em média 32 atendimentos, humanizados, personalizados e sigilosos, de casos de violência contra a mulher. Já na delegacia de polícia, os atendimentos de violência contra a mulher chegam a 50 ocorrências mensais.

ENVELOPE COR DE ROSA

A equipe do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) Alzira Valesca Lampert Fett, juntamente da Secretaria de Indústria, Comércio e Tecnologia, elaborou um projeto chamado Envelope Cor de Rosa. Ele consiste em um encaminhamento do CRAM para a Secretaria, com o currículo e orientação para que a mulher retorne ao mercado de trabalho. A Secretaria e o SINE de Sapiranga, encaminham essas mulheres para as empresas parceiras. Atualmente, a Paquetá Calçados recebe e capacita mulheres para trabalhar na fábrica e assim, retomarem sua independência financeira.

EVITANDO A REINCIDÊNCIA

A prevenção da violência também passa pelo trabalho realizado com os agressores, para evitar a reincidência. Um projeto está sendo desenvolvido pelas profissionais do CRAM, em parceria com o Poder Judiciário, no qual homens com medida protetiva e em processo de julgamento de seus atos, devem participar de encontros com psicóloga, assistente social e advogado, que ocorrerão no Fórum de Sapiranga.

Essa escuta e compreensão é uma das formas de prevenir e evitar reincidências de violência, seja com a mesma mulher ou outra. Principalmente pelo fator onde, agressores acreditam estarem no direito de estabelecerem posse sobre a vítima, praticando isto quase que a vida inteira e julgando ser normal. Os grupos do projeto buscam fornecer reflexão em encontros intimados pela juíza.

CONHEÇA OS TIPOS DE VIOLÊNCIA

As formas de agressão são complexas, perversas e não ocorrem necessariamente de forma isolada, trazendo graves consequências para as mulheres.

Física: Qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher. Exemplos: espancamento, sacudir e apertar, estrangulamento ou sufocamento, lesões com objetos cortantes ou perfurantes, tortura, lesões por queimaduras e armas de fogo.

Psicológica: Qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões. Exemplos: ameaças, constrangimento, humilhação, manipulação, proibir de estudar, viajar ou falar com amigos e parentes, insultos, chantagem, ridicularização, proibir a fé e distorcer ou omitir fatos que deixem a mulher em dúvida sobre sua sanidade.

Sexual: Qualquer conduta que constranja a presenciar, manter ou participar de relação sexual não desejada. Exemplos: estupro, atos sexuais que causem desconforto, impedir métodos contraceptivos, forçar a abortar, forçar gravidez, limitar e anular os direitos sexuais e reprodutivos.

Patrimonial: Qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos. Exemplos: controlar o dinheiro dela, deixar de pagar pensão, furto, extorsão, estelionato, causar danos a objetos pessoais e destruir documentos.

Moral: Qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Exemplos: acusar de traição, críticas mentirosas, expor a vida íntima, rebaixar por meio de xingamentos sobre sua índole e desvalorizar pelo modo de vestir.

Qualquer uma delas constitui ato de violação dos direitos humanos e deve ser denunciada. A morte, não se encaixa nos tipos de violência acima citados, pois se trata de feminicídio, considerado uma circunstância qualificadora do crime de homicídio, cometido contra a mulher por menosprezo ou discriminação contra o gênero, podendo ou não envolver violência doméstica e familiar.

QUANDO PROCURAR O CRAM

Quando a mulher se sentir ameaçada, violada ou for agredida, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) Alzira Valesca Lampert Fett pode  ajudar. Interessadas em buscar auxílio ou acolhimento podem entrar em contato através do telefone (51) 3959-1052, pelo e-mail coordenadoriadamulher@sapiranga.rs.gov.br ou presencialmente na Avenida 20 de Setembro, 1695 – bairro Oeste, de segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h30. Em caso de denúncias ou violência, há um telefone de plantão 24 horas: (51) 99599-9657.

DISQUE 180

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um local de escuta e acolhida qualificada, para auxiliar mulheres em situação de violência. O serviço através do telefone registra e encaminha denúncias aos órgãos competentes. Ele também fornece informações sobre os direitos da mulher. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Por Prefeitura de Sapiranga