Associação busca alternativa para tratar esgoto em loteamento

Meio ambiente | Associação de Moradores do Loteamento Recanto da Paz busca opções em Campo Bom

Campo Bom – Conviver com a falta de tratamento de esgoto tem levado os moradores do Loteamento Recanto da Paz, em Campo Bom, a impactarem nascentes e comprometerem sua qualidade de vida. São cerca de 100 moradias, ocupadas por aproximadamente 500 pessoas neste loteamento, existente há 16 anos.

O principal impacto ambiental é causado pelos dejetos dos moradores e por entulhos das áreas próximas, que são ocupadas por pessoas de fora do loteamento, inclusive por um criador de porcos, tudo bem próximo de uma nascente. Já houve notificação para saírem, mas permanecem impactando a área, que, inclusive, está localizada na borda da planície de inundação do Rio dos Sinos, no bairro Mônaco.

No Recanto da Paz, a prefeitura executou apenas as obras de escoamento do esgoto das casas da Rua Boa Vista, Rua da Paz, Rua da Bica e Rua da Lagoa, até quase a reserva ambiental localizada ao lado esquerdo do loteamento, onde o esgoto é despejado livremente. Nesta área, de preservação permanente, encontra-se uma nascente e suas águas já estão contaminadas.

Corsan

Conforme estudos da vigilância sanitária, realizados a pedido do presidente da Associação dos Moradores do Recanto da Paz, Ezequias dos Santos, a análise da água coletada na nascente e em mais dez pontos nos poços artesianos apontou alta presença de coliformes fecais e de bactéria Escherichia coli. Ali, todos cidadãos utilizam água de poço artesiano, ou seja, dependem daquela água que oferece risco de intoxicação. O loteamento não é regularizado, impedindo que a Corsan forneça água tratada.

Doenças causadas pela água contaminada monitoradas

Preocupado com a saúde da comunidade, Ezequias tem acompanhando, junto com a agente de saúde do município, os casos de doenças causadas por bactérias. “São alguns casos isolados, mas podem aumentar e se agravar com a água contaminada”. E é sabido que investir em saneamento básico é economizar em doença. Segundo a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), a cada R$ 1,00 (um real) investido em saneamento, economiza–se R$ 5,00 (cinco reais) em medicina curativa.

O motorista Adelar de Moura Oliveira, 48 anos, é um dos primeiros moradores do loteamento. Ele lembra das várias tentativas investidas no sentido de regularizar os lotes e de preservar a vertente. Ele mora com a esposa e filho na Rua Leão XIII, bem ao lado da área de preservação, e teme pela saúde da comunidade. “Já cansamos de ver as crianças e até adultos com diarreia e outras doenças. Não queremos que isso piore para a gente”, ressalta.

A intenção da Associação de Moradores é implementar um projeto de fossa séptica tratada com árvores e plantas, igual ao utilizado pelo Centro de Educação Ambiental Ernest Sarlet (CEAES), de Lomba Grande/Novo Hamburgo.

Crédito da foto: Cátia Cylene

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