Artigo: Março amarelo chama atenção para doenças que afetam os rins dos pets, por Felipe Cemim

Por Felipe Cemim, veterinário da Tierplatz

Região – O dia 16 março é o dia mundial do rim, instituído pela sociedade internacional de nefrologia, com o objetivo de concentrar campanhas preventivas e de conscientização para as doenças que afetam esse órgão tão importante. Apesar de não ser considerado órgão primordial em casos de hipotenção severa, onde sempre é privilegiada a circulação sanguínea para cérebro, coração e pulmões, os rins são de extrema importância na manutenção da saúde corporal.

Na veterinária, a doença renal crônica (DRC) pode ser a causa de até 60% dos óbitos de gatos idosos. Com isso, a DRC tem grande importância nos gatos, pois ocorre com maior frequência, em razão de algumas particularidades individuais da espécie, como por exemplo o baixo consumo de água e grande capacidade de concentração urinária, que por vezes pode ter efeitos deletérios.

A doença renal crônica já é uma doença silenciosa em humanos, nos animais, ela demonstra menos sinais ainda em momento iniciais, sendo muitas vezes diagnosticada tardiamente, ou como um achado em exames de sangue de rotina ou pré-operatórios. Os marcadores sanguíneos mais comumente usados para avaliação renal são a ureia e creatinina, que nada mais são do que resíduos metabólicos que devem ser excretados de forma ativa pelos rins, durante o processo de reabsorção de água e concentração urinária. Atualmente, existem alguns outros exames que podem auxiliar no diagnostico da doença renal de forma mais precoce.

Alguns sinais clínicos comuns durante a doença renal crônica, são a perda de apetite, muitas fezes causada pela irritação da mucosa gástrica em função da elevação de solutos que não estão sendo excretados devidamente pelos rins, síndrome poliúria-polidipsia, onde os animais começam a ter aumento do volume urinário (sem que haja concentração da urina)e aumento no consumo de água para compensar a perda que ocorre na urina.

As causas da doença renal crônica são muitas, e dificilmente é possível apontar uma causa única, sendo na maioria das vezes causas multifatoriais e não em um momento agudo. Os rins vão perdendo suas funções de forma gradual e lenta, até o momento que mantêm apenas 20% de sua capacidade funcional, e a partir daí que começam a aparecer o sinais da doença, e nesse momento, não se tem muito a fazer para retomar a capacidade funcional dos rins, restando apenas a busca para atrasar os sinais clínicos e reduzir a velocidade de evolução da doença.

Texto: Felipe Cemim

Fotos: Divulgação