Artigo: Doenças dermatológicas são comuns e alergias cada vez mais frequentes em cães e gatos, por Felipe Cemim

Por  Felipe Cemim, veterinário da Tierplatz

As doenças dermatológicas estão muito presentes na saúde veterinária, mas não só as doenças infecciosas, sejam elas parasitárias, como as sarnas, ou fúngicas e bacterianas, mas também as alergias, cada vez mais comuns e frequentes em todas as raças de cães e gatos. Dentro do grupo de doenças de pele alérgicas, podemos dividir elas em 3 doenças diferentes.

A DAPE (dermatite alérgica a picada de ectoparasitas) decorre da hipersensibilidade dermatológica a picada de parasitas como pulgas principalmente, mas também pode ser de carrapatos e mosquitos, onde o ponto chave para o tratamento é o controle desses parasitas com medicações adequadas, e com frequência correta. Nesses casos, é muito importante o tratamento de todos os animais contactantes, para que se tenha um controle ambiental desses parasitas e que a infestação do local onde vive o animal com alergia seja controlada também.

A segunda ocorrência de doença alérgica que acomete os cães e gatos é a hipersensibilidade dermatológica ao alimento, ou alergia alimentar, que ocorre pela sensibilização dos sistema imunológico por proteínas de alto peso molecular principalmente, que acabam por gerar sinais dermatológicos de coceira. Como base do tratamento para essa suspeita, se utilizam alimentos comerciais produzidos com proteína hidrolizada, que faz com que o peso molecular dessas proteínas seja muito pequeno e com isso não sensibilizem o sistema imunológico, ou então com o uso de alguma fonte proteica que nunca tenha sido ingerida pelo animal, e as melhores opções são a carne de rã ou de coelho, utilizadas em dietas caseiras de eliminação para o diagnóstico da hipersensibilidade alimentar.

Porém, hoje, o maior desafio na dermatologia veterinária, é o tratamento dos pacientes que já passaram pelo diagnóstico de exclusão da DAPE e da hipersensibilidade alimentar, e são diagnosticados como atópicos. Nesses pacientes, existem uma gama grande de possibilidades de alergenos que desencadeiam o prurido, como por exemplo ácaros de poeira doméstica, grama, alguns materiais têxteis que possam ter contato, e até mesmo a hipótese de fumaça de cigarro ser uma das causas.
Nesses pacientes, a cura não é uma busca no tratamento, mas sim o controle, para que não se tenham crises de coceira intensa, que acabam por diminuir a qualidade de vida, não só do animal, mas também de toda a família, que acaba se incomodando com a coceira do pet. São várias as formas para se melhorar a qualidade da pele, e um dos pontos chave é a manutenção da barreira cutânea, através do uso de xampus, hidratantes e repositores de ceramidas, que auxiliam muito. Com certeza, a manutenção do controle de ectoparasitas também é muito importante, pois todas causas de coceiras são somatórias.

Fotos: Divulgação