Artigo de opinião: Todos somos responsáveis

Por Arita Bergmann/ Foto: Guilherme Santos/Sul21

É insano o argumento de que os governos culpam as pessoas pela contaminação em razão da Covid-19. É preciso muito desconhecimento das informações públicas, ainda mais no Rio Grande do Sul, onde se prima pela transparência, para pensar que o agente público transfere responsabilidade, até porque, no assunto pandemia, a responsabilidade é de todos.

O Estado agiu e age para enfrentar uma doença de fácil transmissão, com ciclos de aumento exponencial de casos e percentual considerável de pacientes demandando UTIs, o que coloca a rede de saúde em risco permanente de colapso. O Rio Grande do Sul se preparou de inúmeras maneiras. Criou um sistema que acompanha diariamente a estrutura hospitalar e, ainda antes do primeiro caso, definiu um plano de contingência em fevereiro de 2020.

Para proteger vidas e mitigar impactos na economia, desenvolvemos uma estratégia mista, modulada e pactuada, equilibrando a prioridade da vida com a retomada econômica, com o modelo de Distanciamento Controlado com base no histórico do comportamento do vírus e mediante monitoramento de indicadores para a tomada de decisão. É uma ferramenta que aplica medidas conforme o comportamento da doença no território, um mecanismo versátil, ponderado e coletivo.

O governo investiu na ampliação da capacidade de testagem e qualificou a rede de atendimento. Durante 2020, o governo ampliou a capacidade hospitalar em UTI em 122% e, neste momento, trabalha em conjunto com a rede hospitalar e os municípios para abrir mais 250 leitos para a população. Quanto às vacinas, embora não haja disponibilidade no mercado, o governo articula com empresa e já formalizou interesse na complementação do Programa Nacional de Imunizações.

A soma de todas as ações permitiu a redução de danos, não a eliminação completa dos prejuízos. Foi um longo aprendizado, que se materializou em um esforço diário de técnicos do governo e colaboradores externos. Neste período, o governo cumpriu o seu papel fundamental, o de estar ao lado das pessoas, de uma maneira absolutamente empática.

Secretária da Saúde do RS