Arteterapia colabora com a reabilitação dos pacientes no Hospital Sapiranga

Sapiranga – Uma das características que diferencia o ser humano dos outros animais é a capacidade de criação. A arte está presente desde os primeiros meses de vida, quando um bebê já começa a reagir à determinadas cores, formas e som.

 

Há 8 anos, o Hospital Sapiranga utiliza a arte como recurso terapêutico. O projeto é direcionado para os pacientes da Ala das Esmeraldas que estão em internação por questões de saúde mental ou mesmo precisem de algum apoio durante o período de tratamento. “O tratamento é direcionado para a saúde mental, pacientes que estão em internação nos leitos psiquiátricos. Eventualmente há a necessidade de atendimento a algum paciente clínico, até mesmo na maternidade”, comentou a arteterapeuta Rejane Lopes, que atua no Hospital Sapiranga com o atendimento em grupos e individual. “Algumas pessoas não conseguem se expressar quando formamos os grupos, então direciono para o atendimento individual”, explicou.
O momento da arteterapia é para que o paciente expresse as suas emoções e possa, através da produção artística, trabalhar questões profundas e até desenvolver habilidades. O objetivo é um ambiente de acolhimento e respeito.

Técnicas variam no tratamento
Os grupos de tratamento, normalmente, são divididos. “Busco fazer os grupos masculino e feminino, porque ainda existe algum receio de se abrir, alguns ficam tímidos na presença de mulheres ou vice e versa”, explicou a arteterapeuta. Também é considerado o motivo que a pessoa está internada, por exemplo quadro depressivo, dependência química, algumas pessoas estão mais agitadas e outras mais no início da convivência.
As técnicas usadas também são abrangentes, justamente para poder atingir todo tipo de paciente. “Usamos desenho, pintura, escrita, que são coisas que aprendemos lá na infância”. Os materiais recicláveis são significativos, como conta Rejane, “Uso muito a sucata, gosto de trazer pra eles essa parte da ressignificação. Aquilo que não estava tão bom, aquela vida que está tão machucada, a gente pode reciclar ela, transformar em coisas novas”, ensinou.

Animais como instrumento terapêutico
Além do manuseio de materiais para desenvolver a criatividade e interação através da música e poesia, a arteterapia no Hospital Sapiranga também tem uma aliada de quatro patas, a Akira.
“Quero retomar neste ano com o projeto ‘Patinha para a Saúde mental’ , a Akira vai entrando em contato com cada um deles, ela muito sensível. Vai dar uma atenção pro paciente mais fragilizado. Ela é um instrumento para trabalhar a afetividade, o amor, a atenção desses pacientes, e também a coordenação motora”, explicou Rejane que é especialista em terapia assistida por cão e revela o desejo de, futuramente, pode usar equinos para os tratamentos.