Sapiranga – Com cinco loteamentos inacabados, sem infraestrutura e repletos de problemas de ordem jurídica, a Cooperativa de Trabalhadores Autônomos e de Produção do Vale dos Sapaterios e Paranhana Ltda (Coosapa) teve uma de suas áreas – no bairro São Luiz – penhorada. A situação ocorre em virtude de um processo judicial movido por um posto de combustíveis onde uma empresa de terraplanagem abastecia as máquinas que operavam em áreas da Coosapa.
O advogado que defende o grupo de cooperados, Juliano Fontes, revelou esta semana que o serviço da empresa não foi pago e a dívida da Coosapa com a incorporadora é de aproximadamente R$ 150.000,00 pelos serviços realizados. “Um dos casos mais graves envolvendo as áreas de terras da Coosapa é este. É uma dívida considerável e que está em execução judicial, inclusive, a área foi penhorada, e ao que tudo indica, logo-logo estará sendo colocada em leilão. O agravante é que se a área for vendida, a cooperativa e os cooperados vão perder a área, e consequentemente, o dinheiro que cada um pagou na época”, alerta o advogado.
Áreas em nome de terceiros
No curso do processo que é analisado pelo Ministério Público, o advogado dos cooperados constatou que nem todas as áreas estão com as matrículas em nome da cooperativa. “Algumas das áreas tem contrato, outras áreas dependem do desenrolar de inventários de famílias, como é o caso da área em Quatro Colônias. Há outras situações que a cooperativa vendeu lotes de áreas que nem de sua propriedade era”, explicou Juliano Fontes.
Advogado fala em perspectiva
- Uma das alternativas e estratégia que o advogado de defesa tenta costurar é reunir cooperados dispostos a quitar parte das dívidas existentes através de um acompanhamento conjunto do Ministério Público. “Nenhum associado em sã consciência vai depositar mais valores em favor do antigo presidente, que inclusive, está proibido de praticar qualquer ato administrativo em nome da entidade, e esse é o grande problema”, relembra o advogado.
- Relembre os episódios
Em 24 de fevereiro de 2018, o Repercussão publicou uma reportagem onde os cooperados denunciavam irregularidades nos loteamentos da Coosapa. Na época, o prejuízo estimado entre os associados ultrapassava R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). - Relembre os episódios
No mês de março, cooperados participaram de um encontro com o jurídico da prefeitura, que esclareceu detalhes dos empreendimentos da Coosapa em Sapiranga. - Prisão e soltura
Logo depois, em 21 de março de 2018, o Judiciário autorizou a prisão preventiva do líder da Coosapa, Aelton Vitória Kauffmann, posto em liberdade ainda em 2018.
Foto: Arquivo/JR