Após passeata, advogado pedirá exumação de corpo

Sapiranga/Campo Bom – Para encontrar uma resposta oposta à apresentada pelo Sistema de Saúde Mãe de Deus sobre os motivos que levaram a morte do recém nascido, Bernardo Bender Leste, no Hospital Doutor Lauro Réus, de Campo Bom, o advogado acionado pelos pais do bebê pedirá a exumação do corpo da criança à Justiça. O Jornal Repercussão havia levantando esta hipótese na semana passada, e agora, ela foi confirmada pelo advogado da família, Nereu Olavo Vidal da Luz, no final da tarde de terça-feira (24). Um dos motivos que podem ter contribuído para a morte do bebê, foi a longa espera na transferência da criança para um hospital com UTI neonatal. “Além disso, queremos saber os motivos pelos quais o corpo médico não fez a transferência para um leito de UTI neonatal que foi oferecido pela Santa Casa de Caridade” cita o advogado. O leito no município de Bagé fica a 427 quilômetros de distância de Campo Bom.
Durante a manifestação organizada pelos pais de Bernardo, Jéferson José Leste e Adriana Bender Leste, cartazes cobrando justiça e mais investimentos em saúde davam o tom da manifestação pacífica, que saiu do Largo Irmãos Vetter até chegar ao Hospital Dr. Lauro Lauro Réus.
“Tudo o que o advogado solicitou para nós, fomos atrás e repassamos”, conta Jéferson Leste.
Após a perda do filho, Adriana iniciou um processo de acompanhamento psicológico na rede privada. “Em nenhum momento nos procuraram e perguntaram se precisávamos de algum auxílio. Pelo contrário, ninguém quer comentar sobre o caso”, revela o pai.

DEFESA

O Hospital Dr. Lauro Réus manifesta sua solidariedade com os familiares do bebê, falecido no último dia 7 de abril, e reitera que sua equipe técnica dedicou todo o esforço e conhecimento na tentativa de salvar a sua vida.
O bebê nasceu em 5 de abril apresentando insuficiência respeiratória. O quadro pirou no sábado, quando foram realizados exames e raio-x de tórax, além de aumentado o aporte de oxigênio. Sem haver progresso em seu quadro, o médico indicou a internação do paciente em uma UTI neonatal e o cadastramento na Central de Leitos do Estado. Durante a busca por um leito, a equipe contatou 14 hospitais em um raio de 200 quilômetros, sem obter êxito, mesmo em instituições privadas (estas últimas em face da ordem liminar obtida pelos familiares). Todas as UTIs contatadas estavam lotadas. Somente às 13h30 de domingo (7), surgiu uma vaga no Hospital Regina, em Novo Hamburgo.
Enquanto as equipes se preparavam para transferir Bernardo, o paciente teve piora do quadro de insuficiência respiratória. Após tentativas de reanimação, o paciente faleceu. Durante todo esse tempo a criança recebeu total atenção do Hospital e a equipe médica tentou todos os recursos para salvar a vida do bebê.