Após aumentos seguidos no valor da gasolina, agora é a vez do preço do gás natural veicular ser reajustado

Região – Após os constantes aumentos no preço da gasolina, estancado nas últimas semanas com reduções ocasionais, quem teve que se reorganizar agora foram os usuários de Gás Natural Veicular, o GNV, cujo preço por metro cúbico, desde sexta-feira, 16, está 8,95% maior.

O último aumento, anunciado pela Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), havia ocorrido no começo de agosto, de 14,8%. O argumento da Sulgás é que precisa repassar os aumentos de preços dos contratos de compra de gás.

A estatal, em comunicado, atribuiu a nova correção à elevação dos preços nos contratos, devido a variação do câmbio e cotações do petróleo e derivados no mercado internacional. O Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Sulpetro) divulgou nota alertando que cada posto define o repasse do reajuste.

O valor do metro cúbico de gás hoje, em postos da região, está R$3,34, contra R$3,09 de antes do reajuste. Para completar um cilindro de 20,5m³, por exemplo, o usuário gasta em torno de R$70,00, o que lhe garante uma autonomia de cerca de 320km, considerando um veículo popular. Para a mesma quilometragem, com gasolina, o custo seria de cerca de R$115,00.

Segue sendo vantajoso

Usuário ainda enxerga como vantajosa a utilização do GNV. “Ter um carro com GNV vale muito a pena quando você roda bastante mensalmente com o veículo. Além do m³ do gás ser mais barato que o litro da gasolina, o carro roda mais com 1m³ do que com 1lt. de gasolina. Mesmo que haja aumento no preço do GNV, ainda faltará muito para se tornar uma opção mais cara que a gasolina”, declarou um usuário do gás.

Algumas desvantagens e perspectiva de baixa

Usuários relatam que a vantagem na instalação do sistema GNV normalmente é melhor percebida pelos motoristas que rodam mais com o veículo, como taxistas, motoristas de aplicativos ou representantes comerciais que precisam percorrer trajetos maiores. Dentre os pontos a serem considerados está a inspeção anual obrigatória para os carros com GNV.

A própria instalação do kit GNV nos veículos tem um custo elevado, cerca de R$5 mil, e ainda há certa perda de potência do carro, mais perceptível em veículos com motores mais fracos como 1.0, que no caso de um aclive, com ar condicionado ligado, subiria muito lentamente. “Para valer a pena, o usuário precisa rodar no mínimo uns 100km por dia”, salienta Uiliam Stotker, gerente de um dos únicos postos da região que oferece o GNV.

Ele salienta ainda que a perspectiva para janeiro, é que o valor do gás reduza, como vem ocorrendo com o preço da gasolina. “Final de novembro e dezembro continua o valor mais alto. Segundo a Sulgás, em janeiro, é para baixar”, pontua.

A procura pelo sistema aumentou bastante nos últimos meses, após a greve dos caminhoneiros, e no caso de motoristas de aplicativos, ajuda a aumentar a competividade em relação aos taxistas.

Texto e Foto: Sabrina Strack