APAES conseguem demonstrar que “…ser diferente é normal”

Região – A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) tem o objetivo de unir, além de pais e amigos dos excepcionais, a comunidade, para promover uma melhora na qualidade de vida das pessoas portadoras de deficiência, momentos de inclusão social e a conscientização da sociedade.
Para manter toda a estrutura de uma APAE, é necessário mais do que apenas boa vontade, pois profissionais têm que ser mantidos, bem como alimentação, estrutura física, transporte, lazer, entre outros. Além disso, a entidade necessita de incentivo financeiro.
Em um levantamento realizado pela Reportagem do Jornal Repercussão, nas cidades de abrangência (Sapiranga, Campo Bom, Nova Hartz e Araricá), são cerca de 60 profissionais em toda a região, entre professores, funcionários, clínicos, entre outros, que são mantido pelas prefeituras municipais. Há muitas doações de empresários e população em geral, mas os gastos são inúmeros, comparando com a verba pública investida. 
No município de Sapiranga, só os gastos com a folha de pagamento dos profissionais clínicos superam os R$ 220 mil/ano. A verba repassada em 2012 pelo poder público, entre Prefeitura Municipal, Governo do Estado e Assistência Social para a APAE, somavam R$ 118.000,00 por ano. O restante do montante a entidade tem que buscar através de bailes, promoções de cachorro-quente, pedágios da APAE, estacionamento nas festas municipais, rifas e brechós. Nos demais municípios a história é um pouco diferente, o apoio público é maior, mas sabe-se que a dificuldade ainda é grande, em todos os quesitos.
PREFEITURA DE SAPIRANGA
A Prefeitura de Sapiranga está fazendo a avaliação sobre os valores repassados para as entidades. Além da Apae, a prefeitura precisa atender outros grupos organizados e que cumprem também importante função na comunidade sapiranguense – “Podemos adiantar que estamos assumindo o Orçamento com responsabilidade e atendendo os diferentes interesses comunitários. A Apae cumpre com importante papel na comunidade e contribui no processo de inclusão” – afirmou Corinha. 
A prefeitura investe R$ 450 mil por ano em folha de pagamento para custear professores serviços gerais concursados além de 12 professores e dois serviços gerais por meio da contratação emergencial. Além disso, a prefeitura auxilia com a merenda escolar, iguais aos da rede municipal. Também é garantido o transporte dos alunos: são cerca de 18 trajetos feitos por dia, de segunda a sexta-feira, e mais 18 trajetos feitos por semana, à noite. A prefeitura paga as contas de água e luz da entidade.
Araricá
O município ainda não possui um local específico para atendimentos de portadores de necessidades especiais, embora sua unidade esteja em fase final de conclusão. A cidade possui uma parceria com o município de Sapiranga, que atende os alunos diretamente na APAE, bem como no Hospital de Sapiranga. Alguns atendimentos clínicos são resolvidos na própria Prefeitura de Araricá, como fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia, e fisioterapia. 
 A APAE de Araricá necessita de mínimos detalhes para iniciar o funcionamento. Já existe uma diretoria formada, mas ainda faltam questões burocráticas, como CNPJ, mobília, entre outros.
Campo Bom
A instituição campo-bonense atende mais de 400 alunos, entre sete e 55 anos, com deficiências intelectuais e/ou múltiplas. Os atendimentos são qualificados nos setores da pedagogia, fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia e neurologia.
 Dentre os principais projetos, estão teatro, dança, esportes, artesanato, oficina de papel reciclado, oficina de padaria, entre outros. Segundo uma das diretoras, Ana Cláudia Santos Hausladen, as principais dificuldades são de ordem financeira. Mas a instituição recebe auxílio da Prefeitura, além de fazer promoções anuais e receber contribuições através de carnê.
Nova Hartz
Atualmente a instituição atende 24 pessoas entre 16 e 45 anos com diversos tipos de deficiência. A equipe de apoio técnico que faz parte da Entidade é composta por assistente social, fisioterapeuta, pedagoga, psicólogo, entre outros. Oficinas são desenvolvidas no local, como artesanato, informática, música, educação física e letramento. O repasse atual da prefeitura municipal é de R$11.350,00 mensais.
A professora Jane Bonadiman, afirma que o município presta todo o apoio para a instituição juntamente com a comunidade – “Agradecemos a população desta cidade que muito tem contribuído para nosso desenvolvimento.” – finalizou.
Sapiranga
Os projetos desenvolvidos pela instituição são inúmeros. Apesar de todos os obstáculos financeiros encontrados, a APAE trabalha com psicopedagogia inicial, laboratório de aprendizagem, informática, grupos de dança, artes, esportes, educação física, Educação de Jovens e Adultos (EJA) especial, Projeto Ocupacional Escolar (POE), entre outras atividades. Segundo o presidente, Antonio Tomasi, o trabalho se torna um pouco cansativo, pois todos deveriam estar voltados ao bom desenvolvimento de todos estes projetos, mas com as dificuldades atuais encontradas, o foco acaba mudando.