Ana Clara evolui, mas carece de acompanhamento estadual no Hospital de Canoas

Sapiranga – Contrariando diagnósticos, a menina Ana Clara, de 7 anos, aparenta estar evoluindo. Clara sofreu um acidente em março deste ano, quando uma goleira de metal, em um espaço próximo a casa dela, caiu sobre sua cabeça, causando ferimentos graves. “Os médicos falaram que não teria evolução nenhuma. O quadro dela era bem grave e a gente iria ficar com ela em estado vegetativo, que ela não poderia respirar sem os tubos, sem nada disso, e ela conseguiu”, conta a mãe Rosecleia Teles Mello.

A aparente evolução ainda não é confirmada. Segundo Rosecleia, desde quando a menina saiu do hospital, não teve mais acompanhamento de neurologista no hospital referência, em Canoas, para saber o atual estado clínico da Clara. “O neurologista vai atender a gente na USE, dia 26. Mas ali não é um neurologista especializado para Clara, tinha que ser lá no Hospital de Canoas, só que lá eles ainda estão aguardando”, explica Rose. O acompanhamento especializado deveria ser realizado no Hospital de Canoas, pois é a referência para casos semelhantes o de Ana Clara. Apesar de não saberem o estágio da lesão, Clara já recuperou alguns movimentos e fala.

Prefeitura auxilia a família

Segundo a Prefeitura, e confirmado pela mãe, a Secretaria de Saúde e a Secretaria de Assistência Social do município prestam todo o auxílio a família, disponibilizando fraldas, cestas básicas, consultas com clínico geral e fonoaudióloga, além do transporte cedido para o deslocamento da menina. Para a fisioterapia, Clara aguarda encaixes na USE.

Quanto a consulta com o neurologista, a secretaria afirmou que depende do hospital referência, em Canoas. Até o fechamento desta edição, não houve um retorno da Secretaria de Canoas à respeito do caso da Ana Clara.

Convívio e brincadeiras não mudaram

Rose está desempregada e passa o dia cuidando de Clara e sua irmã mais nova. Dessa forma, o auxílio prestado pela Assistência Social, amigos, vizinhos e pessoas que se sensibilizaram com a história é essencial.

A presença dos amigos também se mostra aliada na recuperação. “Eles pediram pra gente não deixar ela perto de ninguém, não fazer barulho, não isso, não aquilo, e na verdade a gente faz o contrário. Não excluímos ela de nada, o que os outros comem ela come, ela vai pra piscina junto com as outras crianças, ela brinca, ela olha filme até de madrugada com as outras crianças”, conta feliz a mãe.