Ampliação da Usina de Reciclagem de Campo Bom é primeiro passo de longo processo

Campo Bom – A Central Municipal de Triagem e Reciclagem de Resíduos Sólidos Urbanos de Campo Bom, localizada no bairro Mônaco, está passando por obras de reformulação. A construção de um novo prédio, pré-moldado, de 866m², irá cumprir com as normas estabelecidas pela FEPAM e aumentar sua capacidade de processamento, visto que a realidade do município hoje é de 40 toneladas/dia. Nos anos 1990, quando foi construído o prédio ainda em uso, o lixo recolhido diariamente no município somava 20 toneladas.

Além de se adequar a quantidade de resíduos gerados diariamente, a obra também prevê a cobertura do pátio de recebimento, onde o lixo fica armazenado antes da triagem, e da estação de transbordo, onde o rejeito fica armazenado em containers até o transporte para disposição final, passando assim a atender as exigências legais da FEPAM. O investimento é de R$599.105,82, provenientes do FUNDEMA/Livre.

Obra representa avanço

Para o prefeito Luciano Orsi,

“essa obra é um importante avanço em uma área fundamental para a qualidade de vida na cidade. O investimento em estrutura de trabalho é o primeiro passo para uma gestão eficiente de resíduos. Melhorar estes serviços é uma das prioridades da nossa gestão”, destacou.

 

 

 

 

 

Os próximos passos do projeto estão relacionados com a aquisição de equipamentos para melhorar os processos tecnológicos na triagem e beneficiamento dos materiais, aumentando o percentual de reciclagem e, assim, diminuindo a quantidade de rejeito destinado para o aterro sanitário.

Cada tonelada de material reciclado representa uma economia de R$ 160,00, valor pago por tonelada de rejeito enviada ao aterro, em São Leopoldo.

Por mês, são cerca de mil toneladas de rejeitos. Por isso, além da estrutura adequada, é essencial que a população se engaje e colabore, dispondo os materiais recicláveis em sacolas separadas do rejeito, além de efetuar a compostagem do orgânico.

Engajamento é fundamental

João Flávio da Rosa, secretário de Meio Ambiente

“Se a população não se engajar, não separar seus resíduos, não adianta. A ideia dessa obra é ter uma estrutura para receber bem esse material. Para melhorar a qualidade de vida do pessoal que opera o serviço e aumentar o rendimento deste material. O grande problema nosso hoje não é o lixo seco. É o orgânico. Nós mandamos hoje de 900 a 1000 ton/mês pro aterro. Disso, 50 a 55% é orgânico. Quer dizer, estamos enterrando em torno de 500 toneladas por mês de resíduo orgânico.”

Geraldo Simmi, coordenador da Usina de Reciclagem

“Depois da obra, todo o resíduo que chegar vai ficar dentro da cobertura, não vai mais ficar na chuva. Objetivo da obra é esse. O espaço hoje está reduzido em função da obra. Agora está improvisado para não parar, porque a cooperativa depende disso e o lixo segue sendo gerado. Depois da obra, vamos reformar a estrutura antiga para ser reaproveitada. O lixo seletivo é sempre menor, triado primeiro, depois voltamos a triar o normal”.

 

 

 

Coleta seletiva terá turno alterado

São 36 cooperados que fazem o trabalho de triagem

A reestruturação da Central é uma das muitas etapas necessárias para melhorar a reciclagem em Campo Bom. Com campanhas como “Lixo Zero”, lançada em 2017, e que incentiva a separação dos resíduos em casa pela população, a Administração busca aperfeiçoar a capacidade de reciclagem através da coleta seletiva. Nos próximos dias, 100 novos PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) serão distribuídos pela cidade. Nos locais é possível entregar materiais recicláveis como lâmpadas, pilhas e eletrônicos. O secretário ainda revelou, com exclusividade ao Repercussão, que será alterado, nos próximos meses, o formato da coleta seletiva. “Vamos licitar o serviço para que a seletiva passe a ocorrer no turno da tarde. A orgânica continuará na parte da manhã. Isso vai melhorar, pois queremos colocar os caminhões da seletiva para chegar posterior ao orgânico”, declarou.

Texto e fotos: Sabrina Strack