Araricá – A nomeação de uma rua rural e que sobe em direção à Área de Relevante Interesse Ambiental (Arie), junto à Unidade de Conservação dos contrafortes do Morro Ferrabraz, gerou controvérsia entre ambientalistas, chacreiros e vereadores.
De um lado, os detentores de sítios e chácaras argumentavam que a nomeação da Estrada das Araucárias, próximo da localidade da Colina Verde, viabilizaria o desejo dos moradores de contar com energia elétrica na área rural. Porém, existe um inquérito correndo no Ministério Público sobre a venda ilegal de chácaras nessa região, o que configuraria crime ambiental.
Convidado a participar da sessão, o Núcleo Sócio Ambiental Araçá-piranga, através do diretor-presidente, Luís Fernando Stumpf, foi até a sessão com uma farta documentação e explicou aos vereadores as diversas restrições ambientais que existem naquela região. “Essa região nunca foi estrada, e sim, um caminho para roças de agricultura. Vocês possuem, certeza de que essa rua consta no Plano Diretor de Araricá? Acreditam que é certo avançar a área urbana para uma área protegida? Aprovando esta lei, vocês estarão dando aval para a transgressão da lei. Isso é muito sério, pois vocês (vereadores) estarão aprovando um crime”, criticou Stumpf.
Local integra área de risco, cita Stumpf
Depois de uma longa apresentação dos aspectos ambientais envolvendo a área, os vereadores aprovaram, por 7 a 1, a nomeação da rua (Pedro Becker, do Progressistas, foi o único vereador que votou contra a proposta). Porém, uma emenda verbal foi apresentada, exigindo que a Prefeitura fiscalize e impeça a continuidade da ocupação irregular. “Ocupar uma área de risco, onde existe regramento federal com leis acima das municipais, considero bem arriscado e pode trazer consequências graves”, sentenciou o ambientalista da Araçá-Piranga. O desmatamento no local, de área de proteção ambiental nacional, tem ocorrido há mais de cinco anos. “Está se fechando um círculo para tomarmos providências junto ao Ministério Público Federal (MPF), disse Stumpf.