Sapiranga – Acessibilidade é um tema recorrente e importante de ser discutido, ainda mais em escolas. Na CME Érico Veríssimo, três alunas motivadas pelo empecilho de uma delas não poder acessar o segundo piso da escola, por ser cadeirante, desenvolveram um projeto para a instalação de um elevador ou plataforma elevatória no prédio da instituição.
Djênifer Ennes Rodrigues, Letícia Michele Chagas e Maiara Beal Ramos, todas de 14 anos, pesquisaram, visitaram lugares, receberam visitas, como a de Mauro Klein e de arquiteta da prefeitura, e desenvolveram o “Superando Obstáculos”.
O elevador não foi só pensando para Djênifer, que tem tetraplegia. “A gente teve reunião de pais no início do ano e teve pais que não conseguiram subir, porque estavam de muleta. Começo do ano tinha um menino com a perna quebrada, tivemos que trocar as turmas para ele poder participar da aula”, lembra a coordenadora e co-orientadora do projeto Angélica Tatiana Frohlich.“Elas, no decorrer do projeto, através de entrevistas com a comunidade escolar, descobriram que esse benefício não seria para elas e sim para toda a comunidade”, conta Eliziana Sandra Zamboni, professora que orientou a pesquisa das meninas.
O projeto foi um grande sucesso e recebeu premiações na Femint, Feicit e na tão esperada Mostratec.
Implementação
O “Superando Obstáculos” conquistou o 2º lugar na categoria de 7º a 9º ano do Ensino Fundamental, na Mostratec. As meninas contam que não esperavam ser premiadas, pois segundo Maiara, haviam 263 projetos concorrendo com elas, mas garantem que adoraram participar da feira. “Foi bom, nunca tinha participado. Foi interessante conhecer mais lugares, pessoas novas e vários projetos que a gente nem pensava em saber, afirmou Djênifer. O projeto contou ainda com o auxílio de uma arquiteta da Prefeitura, que afirmou ser possível a instalação de uma plataforma elevatória no espaço da escola. Agora o projeto já está com a administração do município, e as meninas esperam conseguir implementar o aparelho.
Por quê?
- O projeto surgiu depois que a professora Eliziana passou um filme para a turma no auditório da escola, que fica no segundo piso do prédio. Djênifer não pôde participar e assistiu o filme na sala de aula, através de um notebook e um fone de ouvido.
- Djênifer ficou tetraplégica após descobrirem um tumor no seu cérebro. Ao decorrer do tempo, a tetraplegia de Djênifer foi evoluindo e agora ela é capaz de realizar pequenos movimentos com a mão e a cabeça. Apesar de tudo, não houve nenhum dano neurológico, apenas motor.
- Mesmo nas feiras, Djênifer teve problemas. Em Sapiranga, não pôde subir ao palco para receber os prêmios, pois havia degraus. Enquanto que na Fenac, o elevador estragou e ela só conseguiu chegar ao segundo piso por um espaço destinado à SAMU.