Alunas criam painel que facilita a comunicação

Sapiranga – A inclusão social de pessoas com deficiência auditiva foi o tema escolhido pelas alunas Júlia Hugentobler Maria e Eduarda Klein Della Nina, ambas com 16 anos. Elas cursam o 2º grau do Ensino Médio na Escola Luterana São Mateus. A instituição realiza todos os anos a multifeira, exposição em que os alunos devem apresentar um projeto inovador.  
Pensando nos 50 alunos com deficiência auditiva que a escola atende e observando a dificuldade desses jovens em pedir lanches na cantina da escola, Júlia e Eduarda resolveram criar um painel para facilitar a comunicação. Os lanches oferecidos são disponibilizados em uma tabela, onde o aluno clica na opção desejada e um outro painel sinaliza para a atendente a escolha feita. 
Para confirmar se a novidade teria uma aceitação nos estabelecimentos alimentícios da cidade, as estudantes fizeram uma pesquisa de campo em 13 locais. A ideia, conforme as alunas, foi bem recebida pelos comerciantes, que teriam interesse em adquiri-lo, pois sentem dificuldades no diálogo nestes casos. O teste na cantina da escola também foi positivo. A responsável pela cantina da escola, que não tem conhecimento de libras, usa somente gestos para se comunicar com os alunos. Os estudantes que ainda não são alfabetizados precisam ajuda de um professor. “Os alunos disseram que sentiam vergonha de não serem compreendidos”, recorda Júlia.
O painel criado pelas alunas, além de ganhar a premiação de melhor trabalho na multifeira da Escola São Mateus, que foi realizada em agosto, conquistou a participação na Mostratec.  A Mostratec é uma feira que integra projetos inovadores, científicos e tecnológicos. Neste ano, a feira reuniu mais de 300 trabalhos de 27 países. A apresentação do painel na Mostratec rendeu para as estudantes uma premiação no quesito de inovação. Elas ganharam uma bolsa integral oferecida pela FACCAT,  e também foram credenciadas para participar de uma nova feira, que será realizada na Argentina, a PNFCyt, que ocorre em novembro do ano que vem. 
A construção do trabalho durou cerca de cinco meses. Durante esse período, foram feitos relatórios que comprovassem a viabilidade do projeto. A montagem do painel, segundo as estudantes foi o processo mais rápido. As alunas foram orientadas pela professora Fernanda Kohlraush.