Alternativas que podem mudar a realidade dos municípios dependem de análise e estudos

O professor da Graduação e do Mestrado em Desenvolvimento Regional da Faccat, Marcos Paulo Griebeler, argumenta que entre as alternativas para reduzir conflitos de trânsito existentes nos municípios seria os setores das prefeituras pensarem a partir dos horários de pico: “é necessário aplicar estudos de trafegabilidade daquele momento. Com isso, será gerado uma estatística. Outra alternativa é a adoção de semáforos inteligentes, que identificam um aumento de fluxo, e automaticamente, reprogramam o tráfego para uma melhor fluidez”, indica o professor.
A utilização de parquímetros, prática adotada em Sapiranga, também é avaliada como uma alternativa positiva para Griebeler: “desde que os recursos arrecadados sejam evidenciados e repassados de forma transparente. Também requer transparência a prestação de contas dos recursos advindos das multas de trânsito. Se existisse uma conexão entre o Detran e os municípios, seria possível descobrir quais foram as principais multas aplicadas no trânsito e atacar esses problemas com políticas públicas”, comenta.
Outra linha comentada pelo professor Griebeler é a dualidade imposta pelo automóvel: “ter um carro, muitas vezes, é sinônimo de estatos. É necessário formar consórcios de transporte público e atacar justamente nos horários de pico”, destaca.

Ônibus ainda é uma alternativa

= O professor da graduação e do mestrado de Desenvolvimento Regional da Faccat, Marcos Paulo Griebeler, defende a tese de que os ônibus e micro-ônibus, necessariamente, deveriam ser usados em diferentes horários: “nos horários de pico é possível utilizar ônibus maiores e naqueles horários com menor movimento, obviamente, se utilizaria os micro-ônibus, o que acompanha a evidente diminuição de passageiros”, pondera o professor.

= A integração de modais de transporte é outra prática que o professor pondera ser fundamental: “o serviço de transporte por aplicativo, hoje, tem uma demanda muito forte de serviços, e isso quebrou um paradigma. Antigamente, se chegava na rodoviária dos municípios e estava lá o ponto de táxi. Hoje a realidade é outra. De dentro do ônibus, antes mesmo de chegar, é possível chamar um transporte por aplicativo. Isso é transformador, cria um novo paradigma e modifica a contextualização da mobilidade urbana”, sustenta Griebeler.

= O professor da Faccat ainda comenta ser quase impossível frear a crescente inserção de novos automóveis no contexto da mobilidade: “isso não tem como frear. No Estado, são mais de 7 milhões de veículos. Por isso, é fundamental pensar o planejamento urbano. Além disso, os candidatos precisam apontar propostas na área para oferecer melhores condições de vida para os cidadãos o nos aspectos de mobilidade urbana”, conclui.

Repensar a ocupação urbana

Quem aponta alternativas para melhorar o trânsito dos pequenos e médios municípios no Vale do Sinos é o professor de Legislação de Trânsito, da Universidade Feevale, Eliseu Carlos Raimundo: “a melhora do trânsito nos pequenos e médios municípios começa por um adequado ordenamento da ocupação urbana através de um bom planejamento. Se isso, lá atrás, não foi feito, agora, isso se torna mais difícil, pois temos que desconstruir uma cultura e criar uma nova percepção e prospecção das cidades”, avalia. Raimundo ainda cobra um planejamento adequado em situações em que grandes construções são incorporadas a rotina do município: “cada vez que contamos com a inserção de condomínios exige uma organização prévia, pois estes empreendimentos serão inseridos no contexto da comunidade e trará uma movimentação e impactará na mobilidade. Isso é o trânsito”, pondera o professor da Feevale.