Aleitamento materno é tema principal de projeto do Hospital Sapiranga

Sapiranga – O bebê amamentado tem a sua saúde preservada, pois o leite materno possui células imunologicamente ativas, anticorpos e proteínas protetoras. “Funciona como a primeira vacina da criança”, destaca Magela Rosa Paz, fonoaudióloga e consultora em amamentação do Hospital Sapiranga. Ela reitera a importância do aleitamento materno iniciar já na primeira hora de vida do bebê, ainda dentro da sala de parto. “A mãe libera endorfina, e elimina a sensação de dor mudando o foco do incômodo do pós-parto para o bem-estar do recém-nascido, despertando o instinto de cuidado e proteção, além de estimular a produção de leite e agilizar a volta do corpo ao normal”, ressalta Magela.

O leite materno contém fatores de crescimento que ajudam o intestino a amadurecer e a funcionar de forma eficiente, além de ser rico em vitamina A, que ajuda a proteger os olhos e a reduzir as infecções. “Nenhum outro leite possui tais características, inclusive de ter o poder de saciar a sede do bebê”, pontua a especialista.

Pensando em combater mitos como “Meu leite é fraco” ou “Mulheres da minha família não conseguiram amamentar”, que contribuem para o insucesso da amamentação, foi que surgiu, em novembro do ano passado, o projeto Excelência no Atendimento e Incentivo ao Aleitamento Materno do Hospital Sapiranga, liderado pelas enfermeiras Carla Rosane Haesbaert e Izabel Muller, e pela consultora em amamentação e fonoaudióloga, Magela Rosa Paz. O projeto solidifica ainda mais a intenção da casa de saúde em promover, através da informação, a saúde do bebê e da mãe. Há mais de 10 anos existe no Hospital o curso de gestantes, onde já são abordados assuntos como cuidados no pré e pós parto. Com o novo projeto, toda a equipe da área materno infantil realizou cursos de reciclagem para oferecer orientações ao aleitamento materno, assim como acompanhamento da mãe e da família. Os indicadores de acompanhamento mostram, segunda as enfermeiras, que a satisfação em relação ao projeto de apoio a amamentação está acima dos 92%.

Projeto se mostra importante e é sucesso entre mães e famílias dos recém-nascidos

O projeto de incentivo ao aleitamento iniciou em novembro de 2017. Passados quase sete meses, neste mês de maio, as enfermeiras confirmam que a equipe que atua na área materno infantil está novamente em treinamento de reciclagem. “Além da reciclagem, vamos ter o retorno dos profissionais de como foram estes sete meses de implantação do projeto”, destacam as enfermeiras Carla e Izabel. O projeto segue com ótima aceitação por parte das mães e suas famílias, que também são envolvidas no processo, pois para o sucesso do aleitamento é necessário o apoio de todo o núcleo familiar envolvido com a mãe.

Até os seis meses, apenas leite materno para o bebê

Bebês que são amamentados apenas com leite materno não têm necessidade de mais nenhum alimento ou líquido até os seis meses de idade. “Até o 6º mês o bebê amamentado não necessita receber água ou chás, pois a capacidade gástrica do bebê poderá ser preenchida se for oferecido ao bebê, líquidos sem proteínas, calorias, vitaminas. Além disso, ao se oferecer líquidos ao bebê, ele provavelmente não esvaziará as mamas ou fará intervalos maiores entre as mamadas. Com isso, pode haver redução na produção por falta de estímulo. Sabendo que a produção de leite está associada à sucção, estímulo da mama, quanto menos estímulo, menos produção”, salienta Magela.

São diversos os fatores considerados importantes para o sucesso da amamentação. Dentre eles, Magela destaca três, iniciando pelo apoio e incentivo dos familiares e da equipe hospitalar desde a sala de parto até a alta. Em segundo lugar está a avaliação do frênulo lingual do recém-nascido – língua presa – que pode atrapalhar a amamentação e a fala da criança. (O procedimento para soltar a película de pele é simples e pode ser feito pelo pediatra ainda na maternidade). E em terceiro lugar, a consultora em amamentação destaca a postura da mãe para amamentar e a pega da boca do bebê no seio, que pode evitar as fissuras dos mamilos. É importante também que a mãe descanse entre as mamadas, se alimente adequadamente e beba bastante líquido, em média de 2 a 4 litros de água por dia.

A Dra. ainda lembra que em momentos de desespero ou de desânimo, as mamães devem perseverar e buscar o apoio da família e de profissionais qualificados. Lembrando que o uso de mamadeiras ou chupetas é contra indicado pelo Ministério da Saúde, que recomenda a oferta no copinho, pois dessa forma o bebê irá sorver o leite com a língua, movimento semelhante ao da amamentação. A oferta de mamadeira ou chupeta ao bebê, principalmente enquanto a amamentação não estiver bem estabelecida, não é indicada porque a mudança no padrão de sucção poderá levar à confusão de bicos e desmame precoce. Combinada com a alimentação, a criança pode ser amamentada até dois anos ou mais.

Texto e fotografia: Sabrina Strack