Agricultura de Campo Bom ganha novo plano de desenvolvimento

Campo Bom – Altamente industrializado e com diversos empreendimentos comerciais e de serviços, o Município também possui o que destacar na área da agricultura familiar. Recentemente, após diversos encontros com os grupos de viveiristas, da Feira do Agricultor, dos produtores que fornecem alimentos para a Merenda Escolar e aqueles que possuem agroindústrias, foi constituído o novo Plano de Desenvolvimento Rural de Campo Bom.

Para o responsável pelo escritório da Emater, Claudinei Baldisserra, o setor primário emprega cerca de 50 trabalhadores que atuam em diferentes áreas, contribuindo com um faturamento de aproximadamente R$ 10 milhões em 2016 (dado mais atual).

Entre os pilares da agricultura familiar no Município está a produção de alimentos para a merenda escolar. “Em 2018, os produtores venderão R$ 420.000,00 e esse montante pode crescer. São cerca de 20 gêneros alimentícios produzidos e entregues pelos nossos agricultores”, valoriza Claudinei.  Para o próximo período também está entre as metas debater a produção de orgânicos.

Município quer avançar

Durante a apresentação final do plano ao grupo de produtores, viveiristas e das agroindústrias, a médica veterinária, Simone Cadó, responsável pelo Sistema de Inspeção Municipal (S.I.M.), apresentou ao Conselho a atuação do Sistema, e as adequações de legislação e normas técnicas que o Município está providenciando, afim de aprimorar o serviço e logo adiante aderir ao SUSAF (Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte), que favorecerá a venda de produtos em todo o estado.

Outras definições do plano local

Atualmente, Campo Bom conta com quatro agroindústrias familiares em diferentes segmentos. A Paladar Campestre produz pães, biscoitos, bolos e bolachas, a Fazenda Vitória, processa aipim, batata e hortaliças na sua maioria para a merenda escolar, a Famiglia Pandolfo, que engorda gado de corte e o Armazém da Carne, que também desenvolve uma atividade semelhante aos Pandolfo. “Temos outros agricultores aguardando a conjuntura econômica se estabilizar para novos investimentos nessa área das agroindústrias. Em breve, poderemos ter uma agroindústria de queijos coloniais e outra de entreposto de ovos”, projeta Claudinei.

Outro debate que a Emater traçou no Plano de Desenvolvimento Rural é o aproveitamento dos vazios urbanos com a finalidade de estruturar hortas comunitárias. “Nosso plano aponta para esse horizonte. Existem conceitos de estimular a a agricultura urbana. Nossa cidade tem uma área territorial restrita e todos precisam consumir alimentos. E a política de produção no mundo inteiro, apoiada pela ONU, enxerga a produção em cadeias curtas. Quanto mais próximo do local que vai ser consumido o alimento, mais curto é o ciclo dessa cadeia, e consequentemente, melhor a qualidade do alimento. Sem contar a redução nos gastos energéticos decorrentes dos impactos ambientais”, destaca Claudinei Baldisserra.