A mesma dificuldade, mas decisões diferentes para empreendedores de food trucks

Os bolinhos de batata agora são entregues de forma diferente aos clientes Foto: Divulgação

Sapiranga – A pandemia da Covid-19 também trouxe com ela uma crise econômica, principalmente para quem depende de grande público para ter retorno financeiro. Como é o caso dos empreendedores de food trucks, veículos adaptados e móveis utilizados para a venda de alimentos.

 

Sem a permissão para aglomerações, os food trucks acabam ficando na garagem, sem o deslocamento para os eventos e, assim, para a venda dos alimentos e bebidas. Para conseguir driblar a crise, os empreendedores tomaram decisões difíceis, mas necessárias. Conhecidos na região pelos saborosos bolinhos de batata, Viviane precisou inovar para continuar trabalhando. Elas substituído a ido presencial até o cliente pelo serviço de drive-thru.

 

Já Fabiano José Becker, do Sorvete Patati Patatá, tentou inovar, mas as vendas não alavancaram. Com isso, ele passou a procurar por emprego e hoje está trabalhando na produção de uma fábrica de massa. “Nos primeiros meses, com a ajuda da família, conseguimos manter o negócio, mas essa pandemia está sendo mais longo do imaginávamos”, disse Fabiano.

Os food trucks se tornaram referência de alimentação pela praticidade e bom preço em eventos. Em Sapiranga, vários participam durante a Festa das Rosas, Feira do Livro e demais programações tradicionais. “A gente tinha agenda para o ano todo em Sapiranga e por diversas regiões do Estado”, lamenta Fabiano.

Mudança para conseguir sobreviver

Os bolinhos de batata da família Lanz são referência em Sapiranga e na região. Viviane Lanz conta que está difícil conseguir manter o negócio. Sem poder ir para a rua com o trailer, a família inovou e passar a fazer entregas dos bolinhos, que é feito no veículo, mas no pátio de casa. “Não podemos ir para a rua. A situação está difícil. Tem dias que conseguimos vender bem, mas há dias que não tem uma entrega sequer”, conta Viviane. Com muita economia e jogo de cintura, a família está conseguindo se mater. “Todos os esforços estão sendo para não ficar no vermelho. Também estávamos com a agenda lotado até dezembro e, infelizmente, sofremos com a pandemia. Pois sem eventos, não conseguimos vender bem. Estamos torcendo para que as coisas se ajeitem e possamos voltar ao normal o mais breve possível”, disse ela, esperançosa. “Não podemos perder a esperança, precisamos acreditar que as coisas irão melhorar”.

Sonho adiado

Com a agenda lotada para praticamente todo o ano de 2020, Fabiano precisou ver tudo sendo cancelado e, ao mesmo tempo, as contas também passaram a se multiplicar. “Nas primeiras semanas, pensamos que tudo se resolveria logo. Para conseguir quitar as contas, utilizei uma reserva e também contei com o apoio da família”, disse ele. No entanto, sem conseguir atuar na venda ao grande público, Fabiano tentou fazer entregas, mas a venda de sorvetes não rendeu como deveria. “Passei, então, a procurar um emprego. Precisei adiar o sonho de viver do meu negócio. Estou trabalhando em uma fábrica de alimentos para conseguir pagar as contas. É triste ver nossos dois trailers parados, mas agora é isso; preciso primeiro conseguir nos manter, pagando contas básicas e depois pensar no sonho”.