A imigração alemã na visão do pesquisador Felipe Kuhn Braun

Acervo | O pesquisador já visitou 450 famílias de origem alemã e tem um arquivo de 29.500 fotos catalogadas
Ele tem apenas 27 anos, mas tem anos e anos de histórias para contar. Felipe Kuhn Braun é jornalista e escritor e já publicou vários livros sobre suas pesquisas da imigração alemã.
Como não poderia deixar de ser, suas pesquisas o levaram a estudar também o episódio dos Muckers. “O grande material de Sapiranga ainda é a respeito dos Muckers. O Morro Ferrabraz era ocupado por várias famílias. Boa parte dos Muckers era de Linha Nova, São José do Hortêncio. Jacobina era natural de Hamburgo Velho”. Assim, muitas de suas descobertas foram feitas fora de Sapiranga. “Essas famílias foram perseguidas, acabaram mortas ou refugiadas. As pessoas com quem podemos falar sobre isso hoje têm uma avançadíssima idade. Temos informações, ainda, que foram passadas de uma geração para outra”, frisa.
Quando falamos no legado da imigração alemã em Sapiranga e nas cidades da região, Felipe não nega a importância da colonização alemã. “Nossa base é germânica. Foram os alemães que iniciaram as primeiras instituições, como escolas e igrejas.” Segundo Felipe, os imigrantes não podiam contar com as promessas do governo e, por isso, tinham que resolver seus problemas e necessidades por si. “Os alemães foram a base disso tudo. A contribuição deles é enorme, principalmente na indústria, na tradição religiosa e cultural”, finaliza. 
Interesse pelos alemães começou cedo
A figura da avó paterna serviu de inspiração para Felipe, que conta que começou a se interessar pela genealogia da sua família aos 14 anos de idade. “Foi quando encontrei uma caixa de fotos antigas da minha avó paterna e quis identificar as pessoas nessas fotos. Nessa idade, somos todos curiosos, né?”, comenta.
Família de Jacobina
Ainda sobre os Muckers, o pesquisador cita fatos menos conhecidos, como o avô de Jacobina ter tentado fundar um movimento religioso na Alemanha. “Depois, a própria tentou algo parecido”. Um dos filhos de Jacobina foi um dos fundadores de uma igreja que anos mais tarde viria a ser uma ramificação da Assembléia de Deus, nas Missões. “A filha de Jacobina sofria de alucinações, como as que Jacobina dizia sofrer”, diz Felipe.