A evolução do comércio em Sapiranga, hoje considerado carro chefe da economia na cidade, após queda da indústria

Sapiranga – Com a chegada dos imigrantes alemães ao Rio Grande do Sul, iniciou um novo ciclo de povoamento das terras, com pequenos proprietários dedicados à agricultura. Neste primeiro momento, a agricultura era voltada para o sustento da própria família, sendo que o excedente era trocado entre as famílias da região. Com o passar dos anos se deu o início do crescimento da produção agrícola, quando, então, os produtos passaram a ser vendidos em pequenos estabelecimentos comerciais ou escoados para São Leopoldo e Porto Alegre, principalmente através de barco pelo Rio dos Sinos.

Em virtude da produção e do comércio, surge também a necessidade do transporte das mercadorias, surgindo as estradas e a viação férrea, com a implantação de uma estação férrea em Sapiranga no ano de 1903. Em 1955, com a emancipação, já havia uma diversificação na economia local. A indústria, principalmente calçadista, tinha o papel de destaque, enquanto que o comércio atuava em vários segmentos. A prestação de serviços era diversificada e com setores especializados e havia uma grande produção agrícola.

Pelos registros bibliográficos, constata-se que na década de 70 iniciaram-se as vendas no crediário em geral aumentando o comércio varejista. À época, o comércio sapiranguense contava com 140 casas comerciais. Conforme dados do censo, realizado em 1975, o comércio varejista já aumentava para 150 estabelecimentos comerciais.

Diante deste cenário, em 23 de maio de 1972 foi fundada a Câmara de Dirigentes Lojistas de Sapiranga, através do esforço de 47 lojistas, sendo o primeiro presidente da entidade o Sr. Nelson Nadler.

Na década de 80, o setor calçadista ainda permanecia como destaque na economia sapiranguense, enquanto o comércio e a prestação de serviços ampliavam sua atuação de acordo com as necessidades e novas tecnologias, diante do crescimento populacional.

Transformações

Foi a partir de 2004, com a queda da indústria de calçados, que o comércio passou a ser o carro chefe da economia sapiranguense, apresentando um crescimento gradativo no município. Atualmente o comércio e a prestação de serviços possuem um lugar de destaque na economia local. Segundo pesquisa realizada junto ao setor de indústria e comércio da Prefeitura, o comércio e a prestação de serviços representam 34% da atividade econômica do município, o que demonstra a sua importância na arrecadação, gerando receitas aos cofres públicos.

A CDL de Sapiranga estima um crescimento do comércio entre 3,5% a 5,2% nas vendas do varejo no ano de 2019, dependendo da área de atuação ou do segmento comercial. A melhora dos níveis de confiança e o clima de otimismo para uma retomada mais forte da economia ajudaram a impulsionar a atividade varejista.

O comércio e os serviços devem puxar a economia em 2019, levados por uma melhora na expectativa do próprio consumidor.

“O comércio e a área econômica que, desde o seu surgimento, tem apresentado um constante crescimento e vem se destacando na economia do Município, mesmo após o enfrentamento da crise econômica e da recessão dos últimos anos. A CDL de Sapiranga, sempre atenta às mudanças econômicas, também está em constante desenvolvimento, acompanhando e fomentando o crescimento do comércio e da prestação de serviços, com uma forte representatividade junto ao poder público e uma imagem respeitada perante a classe empresarial e toda a sociedade. O crescimento da CDL de Sapiranga decorre do cumprimento rigoroso de sua missão, na representação, integração e defesa dos interesses dos associados e mediante a disponibilização de serviços e informações com qualidade, a fim de contribuir para o desenvolvimento social e econômico de cada um dos associados e também do nosso Município, sendo que atualmente a entidade conta com mais de 600 associados”, avalia Clarice Strassburger, presidente da CDL Sapiranga.

Texto: Sabrina Strack

Fotos: CDL Sapiranga