Demissões do setor coureiro-calçadista são um dos efeitos da quarentena

Sindicato dos trabalhadores ainda não possui um número de demissões na região - Foto: JR/Arquivo.

Região – Os números dos prejuízos econômicos ocasionados pela pandemia do coronavírus no setor coureiro-calçadista ainda são desconhecidos na região. Com registros de demissões em empresas e indústrias calçadistas, em especial em Campo Bom, Nova Hartz e Sapiranga, ainda não há um total de desligamentos a partir do registro dos primeiros casos de covid-19 na região e a adesão ao período de isolamento social no fim de março.

Segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a partir da segunda quinzena de março, o Rio Grande do Sul registrou aproximadamente 3 mil demissões no setor.
O quadro total de desligamentos na região ainda é desconhecido. “Não tem o número de demitidos ainda. Ainda vai haver muitas demissões, suspensão de contratos de trabalho e redução de jornada com decretos dos governos. Até o momento a situação é muito preocupante. Muitas pequenas empresas que terceirizam e grandes, solidas, estão reduzindo jornadas ou suspendendo contratos por 60 dias. Algumas voltaram essa semana e outras devem voltar na semana que vem”, afirmou o presidente do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e Região, Júlio Cavalheiro.

Toda cadeia preocupada

Lideranças das principais entidades do setor coureiro-calçadista se reuniram em março por vídeoconferência e foi sugerido maior abertura dos canais de diálogo e negociação com clientes para evitar protestos de títulos, pois esses inviabilizariam o acesso a linhas de crédito. Assim como a flexibilização de prazos de pagamento e o aceite de suspensão ou adiamento de entrega de mercadorias.

Região pode ter 3 mil demissões

Aos poucos, após um período de férias em virtude da pandemia, os principais conglomerados calçadistas da região, tentam voltar as atividades. Infelizmente, a retomada ocorre com linhas de produções reduzidas. “Os números hoje ainda não estão sendo divulgados, mas com percentual de 70% dos colaboradores. Ainda não temos um cenário certo, mas acreditamos que o número de demissões pode chegar a 3 mil”, disse o presidente do Sindicato patronal de Sapiranga, Ademir Schoenardie.

Atualmente, os primeiros da lista de dispensas são os colaboradores mais velhos e dentro da idade de risco e posteriormente trabalhadores com contratos de trabalho.