Conheça a urna eletrônica

Dias atrás, bati a porta de um eleitor para entregar-lhe a convocação para o trabalho eleitoral. Ele tinha sido nomeado para desempenhar a função de mesário. Ouvi o seguinte argumento. “Eu não quero participar porque esta urna eletrônica é uma fraude.” Somos contemporâneos de um período da história da humanidade em que nunca se recebeu número tão expressivo de informação. O que acontece do outro lado do mundo adentra nossas casas praticamente em tempo real. Nessa enxurrada de informações, e desinformações, moldadas por interesses culturais, políticos, econômicos, religiosos e todos nem sempre altruístas, estão informações contraditórias e que muitas vezes se opõem aos nossos princípios nos obrigando a situação de escolha e decisão. Somos forçados a decidir em o que acreditamos. 
Tempos atrás me vi obrigado a ceder às redes sociais. Não sem luta. Mas foram inglórias minhas tentativas e argumentação. E são nelas que recebo inúmeras postagens sobre a fragilidade da urna eletrônica e questionamentos sobre a confiabilidade dos resultados dela extraídos. Algumas postagens chegam a beirar “teorias de conspiração”. Conhecidamente, não é hábito da maioria dos usuários comuns checar a fonte das informações e denúncias, que quase sempre são de fontes desprovidas de qualquer confiabilidade. E os usuários compartilham e multiplicam de forma exponencial. 
Não era minha proposta discutir com o eleitor tais argumentos. O foco era entregar o maior número de convocações possíveis. Eximi-me  de maiores comentários e parti. Inconformado! Todo o cidadão que possui interesse de conhecer mais sobre o processo eleitoral, do qual a urna eletrônica é apenas um dos componentes, está convidado. O processo se compõe de inúmeros sistemas informatizados, equipamentos, servidores, treinamentos, envolve mesários, autoridades, tudo sempre permeado pela segurança, criando um ambiente de profissionalismo. Convido os interessados à comparecerem ao cartório para acompanhar os procedimentos de carga nas urnas eletrônicas. Principalmente aqueles que ainda tem alguma dúvida ou ressalva. O conhecimento é a maior arma contra a ignorância.
Por Carlos Antônio Ferreira Machado, técnico judiciário do Cartório Eleitoral de Sapiranga