Comentário: O status que traz prejuízo, por Lucas Plentz de Oliveira,

Vamos encarar a realidade. Gostamos do carinho que recebemos nos likes. É difícil admitir que a interação vicia, e, que hoje a internet é o principal canal de comunicação com o mundo. Buscar aprovação é da natureza humana. A tecnologia que temos na ponta da nossa mão nos faz viciados em percepções artificiais de afeto. Por isso, quando viajamos postamos fotos em locais paradisíacos, restaurantes caros, carros esportivos, casas exuberantes, ou quando compartilhamos a nossa vida com o objetivo de mostrar um lifestyle descolado com objetos de valor a nossa volta. O que não se pensa muitas vezes é que as informações expostas podem vir a prejudicar. Contextualizando, são diversas as ações judiciais em que a capacidade financeira influencia no resultado do processo. Um processo é julgado com os elementos que as partes trazem, extratos, recibos, fotos, vídeos, tudo que foi juntado é analisado para se determinar o “padrão de vida” dos litigantes. E o que acontece então quando uma das partes traz elementos da própria rede social do litigante contrário. Aquela informação espontânea postada agora é objeto de análise em detrimento ao interesse do autor do post. Pior ainda quando o que a rede social faz parecer uma condição financeira que não existe na vida real. A informação postada poderá trazer um prejuízo direto no momento em que se interpreta uma capacidade financeira superior. Fotos com bens financiados por exemplo. A primeira interpretação é da plena propriedade, quando confronta na realidade pode não ser. Fotos em praias e piscinas infinitas juntadas a um processo trazem a informação de riqueza. Por isso a cautela ao filtrar as informações postadas pode evitar dores de cabeça no futuro. É precisa emular a interpretação alheia e aí decidir se vale a pena mostrar aquele momento vivido. Levando em consideração que aquela postagem ficará lá depois que o momento passar, e interpretada em outro contexto. Parecer maior pode ser uma boa ideia na rede social, na vida real as coisas não funcionam assim.