Comentário: O Jardim de Getsêmani e a Páscoa

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Por Mark Stucky, Pastor da Igreja Ministério Bíblico de Sapiranga

Uma das melhores formas de nos prepararmos para a Páscoa é exatamente meditarmos sobre esse momento, que talvez seja o mais sombrio da vida do nosso Salvador. Olhemos para a narrativa de Marcos 14:32-36: “Então foram para um lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse aos seus discípulos: Sentem-se aqui enquanto vou orar”. Ele começou a ficar muito aflito e angustiado, “E lhes disse: A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem. Indo um pouco mais adiante, prostrou-se e orava para que, se possível, fosse afastada dele aquela hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres.”

 

A verdade é que estamos completamente despreparados para ler isso! Nós nunca vimos Jesus agindo dessa forma antes. Nós o vimos falar com as multidões com autoridade. Nós o vimos expulsar demônios poderosamente. Nós o vimos confrontar líderes religiosos sem medo algum. Nós o vimos proclamar a verdade ousadamente. MAS ISSO? Isso nós ainda não havíamos visto. Aqui no jardim ele é tomado pela tristeza. Aqui nós vemos o horror, a angústia profunda e o terror. Jesus disse que estava aflito, perturbado, profundamente entristecido… ao ponto de morte.

 

Mas, sendo assim, então por que alguém iria querer meditar sobre algo tão triste? Quero lhe dar duas razões.

Primeiro, para que possamos ser tomados pelo amor de Cristo. Jesus olhou para o cálice cheio da ira de Deus, que era para ser derramado sobre você e eu, como pena pelos nossos pecados, e implorou a seu Pai para que afastasse o cálice d’Ele. O Pai respondeu em silêncio mostrando que realmente não havia outro caminho para a Salvação do pecador. Com a visão completa do terror da cruz, Jesus fez a escolha de agir em obediência a Deus e demonstrar seu amor pelos pecadores. Era um amor suficiente para transbordar o mundo e dominar as montanhas mais altas de nossos pecados.

 

Segundo, para que possamos ser tomados pelo perdão de Cristo. Eu tremo ao pensar sobre quão levianamente eu lido com o pecado em minha vida. Como eu pude ser tão destemido diante da ira de Deus? Se eu apenas começasse a entender a agonia de Cristo quando Ele olhou para dentro daquele cálice, o horror, o medo, o terror, o sofrimento, eu nunca mais pensaria da mesma forma sobre o pecado! Precisamos ser sóbrios a respeito da natureza condenatória de nossos pecados; até porque quanto mais grave o pecado, mais grandioso será o perdão.

 

A paixão de Cristo no jardim o preparou para a paixão na cruz. E você? O seu coração está preparado para a Páscoa ou ele ainda não conhece o amor e o perdão de Cristo?