Comentário: Bem-aventurados os pobres em espírito

Certamente a pobreza não é algo que almejamos ou desejamos. Mas você sabia que há um tipo de pobreza de que todos nós precisamos? Uma pobreza que, na verdade, é fonte de graça divina para nossas vidas? Em Mateus 5.1-12 Jesus nos ensina o caminho para sermos “bem-aventurados”, que significa sermos ABENÇOADOS e APROVADOS por Deus.

 

Há algo melhor do que isso?! Eu creio que não! Tudo o que eu faço na vida quero que esteja debaixo da benção e da aprovação de Deus. Certamente esse é o caminho da alegria. Mas quais são os passos a tomar? Nesse artigo veremos o primeiro – justamente o ser pobre em espírito. Em Mateus 5.3 Jesus diz: “Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus.”

O que significa ser pobre em espírito? POBRE fala da nossa condição – falidos. EM ESPÍRITO fala do local dessa falência – dentro de nós. Então, no meu espírito, entendo que estou completamente falido perante Deus. Em outras palavras, não tenho nem um centavo de justiça em meu espírito para que eu possa negociar uma entrada no reino dos céus. Nem parcelando vai dar! Muito ao contrário: tenho uma dívida enorme que precisa ser quitada. Então a minha única esperança é a graça e a misericórdia de Deus, o credor, por meio de Cristo, o fiador. Aquele que acha que possui alguma justiça própria, algum saldo positivo no espírito, não tem necessidade de Jesus e por consequência não será bem-aventurado – abençoado e aprovado por Deus.

Isso nos leva a 3 verdades importantes. Primeira: até sermos pobres em espírito não seremos capazes de receber a graça de Deus. É necessário você se esvaziar para Deus lhe encher com a Sua graça. Esse processo de esvaziamento é o arrependimento – afastar-se do pecado e voltar-se para Deus. Segunda: até sermos pobres em espírito não veremos Cristo como valioso e necessário. Há um princípio Bíblico muito importante aqui: quando nós acrescentamos algo a Cristo, diminuímos o próprio Cristo; quando diminuímos o próprio Cristo, exaltamos a nós mesmos. O pobre em espírito não tem nada para acrescentar a Cristo – para ele Cristo é completamente suficiente. Terceira: até sermos pobres em espírito não teremos acesso ao Reino dos Céus. Aquele que é grande em autoconfiança não será capaz de passar pela porta, que é estreita, e transitar no caminho, que é apertado, que leva à vida (Mateus 7.14).

Ou seja, aquele que reconhece ser pobre em espírito depende 100% da graça de Deus, ou:

  1. Vive pela graça: morre diariamente para si mesmo;
  2. Valoriza a graça: ama a Cristo intensamente;
  3. Depende da graça: serve humildemente;
  4. Implora por mais graça: ora constantemente;
  5. Louva a Deus pela Sua graça: agradece a Deus por tudo.

Então, se tudo é pela graça, não preciso fingir nada. Não preciso tentar ser algo ou alguém que não sou. Não preciso tentar enganar as pessoas. Não preciso colocar uma aparência de que tudo está perfeito e sob controle. Posso dizer que eu sou nada e que Cristo é tudo. Minha pobreza revela a graça de Deus. Minha fraqueza revela o poder de Deus. O que poderia querer eu mais? Pois quando sou fraco é que sou forte (2 Co 12:10).