Comentário: Bem-aventurados os pacificadores

Um pacificador reconhece a existência de conflitos e traz uma resolução definitiva, promovendo a reconciliação. Infelizmente, a nossa tendência é ser um pacificador falso. Sabe como? Sem perceber, tornamo-nos mestres em agradar as pessoas, sabendo exatamente do que cada pessoa gosta e não gosta, mas fugimos do conflito a qualquer custo. Não aguentamos ver uma situação desconfortável. Então a cada problema que surge rapidamente o colocamos ao lado e tentamos evitá-lo pelo resto da vida. O resultado? Com muito esforço, desfrutamos de uma paz superficial que é ameaçada a cada momento. Tentamos evitar pessoas, conversas e circunstâncias que “nos fazem mal” e tentamos atingir uma utopia sem a existência de conflitos. Só que no próximo dia… acordamos para a vida real novamente…

Eu gosto de enfatizar que a verdadeira maturidade não é vista pela ausência de conflitos, mas, sim, pela forma com que lidamos com eles. Jesus diz em Mateus 5.9: “Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.” Sendo certo que “pacificadores” não se refere àqueles que fogem de conflitos, como devemos então lidar com eles? Devemos ser pacificadores imitando o nosso Pai celestial.

Em primeiro lugar, o pacificador não esconde o problema, mas identifica o problema! Deus identificou o nosso problema e por meio da Sua Palavra nos o comunicou – somos pecadores e o nosso pecado nos afasta de Deus.  A Bíblia afirma em Colossenses 1.27 que “antes vocês estavam separados de Deus e, na mente de vocês, eram inimigos por causa do mau procedimento de vocês”. Efésios 2.12 no mesmo sentido afirma que “vocês estavam sem Cristo… sem esperança e sem Deus no mundo.” Isaías 57.20-21 descreve claramente a condição e o sentimento daqueles que estão separados de Deus: “Mas os ímpios são como o mar agitado, incapaz de sossegar e cujas águas expelem lama e lodo. Para os ímpios não há paz, diz o meu Deus.” Então Deus, como pacificador, identifica e revela o problema para nós. Deus, em amor, não fica em silêncio: Ele fala aquilo que precisamos ouvir.

Em segundo lugar, o pacificador não foge do problema, mas toma iniciativa para resolvê-lo! Graças a Deus Ele tomou a iniciativa! Imagine só! O ofendido (Deus pai) tomou o primeiro passo em direção ao ofensor (nós). Deus tinha todo direito, como o ofendido, de se afastar de nós e fazer absolutamente nada! MAS ELE NÃO FEZ ISSO. Ele mesmo tomou o primeiro passo. 2 Coríntios 5.18-19 diz que “Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação.” Ou seja, Deus, como pacificador, toma a inciativa e vai em nossa direção. Ele se aproxima e oferece aquilo que é necessário para a reconciliação.

São dois passos: identificar o problema e tomar a iniciativa para resolver o problema. Parece tão simples, porém será que você tem coragem para ser um pacificador?

Mas, antes de terminar, há algo mais importante que eu quero lhe dizer. A maior missão de paz não é entre duas pessoas, e sim entre uma pessoa e Deus. 2 Coríntios 5.20 diz: “Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus.” O verdadeiro pacificador vai entender que sua missão principal é promover paz entre um Deus Santo e nós, seres humanos pecadores.

Você está pronto para levar essa mensagem de paz e reconciliação para outras pessoas? Está pronto para ser um embaixador de Cristo? Um pacificador? Esse é o caminho de bem aventurança!