Comentário: A Matemática pode ser atraente para os alunos com baixa visão ou cegueira?

 

A aprendizagem dos alunos com baixa visão ou cegueira pode ser desafiadora, mas com o uso de planos de aula inclusivos, é possível garantir que todos os alunos recebam oportunidades iguais de aprendizado.

Os planos de aula inclusivos devem ser adaptados para atender às necessidades dos alunos com deficiência visual, considerando fatores como a necessidade de materiais em Braille ou ampliados, tecnologia assistiva, vídeos e adaptações na sala de aula e métodos de ensino diferenciados. Algumas estratégias que podem ser utilizadas para apoiar a aprendizagem de alunos com baixa visão ou cegueira.

Muitos professores dedicam-se muito, quando este aluno está incluso na sua turma, fazendo materiais diferenciados, pensando com carinho na atividade deste aluno. Porém, alguns professores acabam esquecendo de programar ou planejar para este aluno e acabam improvisando. Segundo alguns estudos, faz-se necessários algumas estratégias:

1. Uso de recursos táteis: Utilize materiais táteis como cubos, placas com relevos, formas geométricas em relevo, gráficos em braille, entre outros. Esses recursos permitem que os alunos explorem e visualizem conceitos matemáticos de forma tátil, auxiliando na compreensão.

2. Jogos adaptados: Adapte jogos matemáticos para que os alunos possam participar ativamente. Por exemplo, utilize dados em braille para jogar jogos de probabilidade e utilize jogos de tabuleiro adaptados com peças táteis para ensinar conceitos relacionados à contagem, adição, subtração, etc.

3. Uso de softwares e aplicativos: Existem softwares e aplicativos específicos para ensino de matemática para alunos cegos e com baixa visão. Essas ferramentas possuem recursos de áudio, que auxiliam na leitura de problemas matemáticos e interações com exercícios, facilitando o aprendizado.

4. Exploração de conceitos espaciais: Promova atividades que explorem conceitos espaciais, como a utilização de maquetes ou maquetes táteis para ensinar geometria, por exemplo. Essas atividades permitem que os alunos compreendam de forma concreta os elementos geométricos e suas relações espaciais.

5. Utilização de desenhos em relevo: Faça uso de desenhos adaptados em relevo para ensinar conceitos de geometria, como triângulos, quadrados, círculos, entre outros. Os alunos podem explorar os desenhos com as mãos e identificar suas propriedades.

6- Vídeos para o auxílio de uma melhor compreensão de determinado conteúdo: É importante ressaltar que cada aluno é único e pode ter necessidades específicas, portanto, é fundamental adaptar as atividades de acordo com a sua individualidade, garantindo que eles tenham acesso igualitário ao ensino da matemática.

7- Soroban: É um recurso educativo específico para aprendizagem de cálculos matemáticos por estudantes com deficiência visual. Com ele pode ser feitos todos os cálculos incluido raiz quadrada. Segundo pesquisa, aqui no Brasil, quem ajudou os cegos a usar o soroban com precisão foi Joaquim Lima de Moraes, que colocou uma borracha compressora para a mesma finalidade, bem antes do norte-americano, em 1949.

Ao implementar planos de aula inclusivos, os educadores podem ajudar a garantir que todos os alunos tenham a oportunidade de aprender e ter sucesso na vida acadêmica, mesmo que essa disciplina seja um grande desafio.

Professora Especialista Sandra Bereta