Adolescente: direito à profissionalização

Buscar fazer uma reflexão sobre a juventude, sobretudo o tema da participação é antes de qualquer coisa falar sobre a história do país. O ano que passou certamente será lembrado nas páginas de livros como o ano em o “Gigante acordou”, bandeiras históricas do movimento juvenil, como o passe livre ganharam a devida importância.
Destaco 2013 por conta das mobilizações que sacudiram o Brasil e deram a pressão necessária aos espaços de poder, permitindo mensurar o potencial existente na rapaziada.
Segundo os critérios da ONU e adotados no país entende-se como juventude a faixa etária entre 15 a 29 anos, totalizando cerca de 50 milhões de brasileiros. Este número sem dúvida é significativo, mas é somente em 2003 que se inaugura uma série de iniciativas compreendendo a necessidade de se pensar políticas públicas específicas para a juventude. As mobilizações de junho foram uma oportunidade para dar visibilidade a essa parcela tão carente de políticas. Oportunamente 2013 foi também o ano em que foi sancionada a Lei nº 12.852 que se refere ao Estatuto da Juventude.
Iniciamos um novo ano, mas o ciclo de conquistas para a juventude não pode parar, se de fato é significativo à quantidade de jovens em nosso país, não menos significativo é o número de jovens assassinados, segundo o Ministério da Saúde em 2010 mais da metade (53,3%) dos 49.932 mortos por homicídios em 2010 no Brasil eram jovens, dos quais 76,6% negros (pretos e pardos) e 91,3% do sexo masculino.
Entendo que o Estatuto da Juventude será um instrumento que dará visibilidade para os jovens, contudo ele terá sua devida importância se os jovens e suas organizações erguerem bem alto essa bandeira que é lei e deve ser cumprida.
Eliandro Cantini, 
coordenador de Políticas Públicas de Juventude da Prefeitura de Novo Hamburgo