O Rei Leão

Por Nicole Roth

Em 2019, o cinema irá receber a versão live action de um dos maiores clássicos da animação, O Rei Leão. Quando chegou aos cinemas, a animação se tornou uma das mais rentáveis produções – para a época, claro. Hoje, 23 anos após ser lançada, a produção continua sendo um exemplo de como tecer uma história de forma que envolva adultos e crianças, se destacando como uma obra que vai muito além do popular “desenho animado”. Há tons shakespearianos na tragédia em que a vida do jovem Simba, leão herdeiro do reino e das terras do pai, se transforma. O Rei Leão conta, sim, com momentos divertidos e até bobos, como uma animação que quer conquistar um público mais jovem deve contar – mas disputas por poder são muito reais em um mundo adulto. E Scar, o tio ambicioso de Simba que trama a morte de seu pai, é um dos vilões mais bem delineados pela Disney em suas animações: seus objetivos são claros – e é difícil ignorar o quão real é, atualmente, um cenário em que alguém quer chegar ao poder para benefício próprio, e não do povo que deveria representar.

Como em qualquer (boa) animação da Disney, o conto sobre a busca de Simba por sua identidade é embalado por uma trilha sonora icônica, que rendeu a Hans Zimmer o Oscar pela trilha original e outro para Elton John e Tim Rice pela música “Can You Feel the Love Tonight”.

Não é à toa que a história é recontada até hoje, em forma de musical na Broadway, ou que recentemente o longa retornou aos cinemas em uma versão 3D – o próximo passo, de virar mais um na série de live actions que a Disney vem promovendo de seus clássicos, é consequência da atemporalidade de O Rei Leão: não há validade para lembrar que às vezes é preciso aprender com o passado, em vez de deixá-lo de lado; a busca por quem somos de verdade nunca deixa de ser relevante; saber dar valor aos pequenos prazeres da vida é eseencial. É por esses e outros ensinamentos que O Rei Leão ainda é apresentado para novas gerações, desde 1994.