Esquadrão Suicida

Por Nicole Roth

A premissa era boa. Colocar um grupo de personagens B da DC Comics em tela, todos com um senso de moral duvidoso, alguns absolutamente vilanescos, para enfrentar uma grande ameaça. Se funcionou para a Marvel, por que não funcionaria para a DC em Esquadrão Suicida, certo? Errado.

Erros não faltam nesse longa da Warner, que passou por sérias refilmagens depois do fracasso de críticas que foi Batman vs Superman – e, no processo, o estúdio concebeu algo imensamente pior do que BvsS. O que deveria ser a salvação da Warner acaba sendo uma colagem confusa de cenas, às vezes com erros diretos de continuação, deixando o espectador com a sensação de ter visto uma série de videoclipes que podem ou não ter conexão entre si, e não a um filme.

Pouco funciona em Esquadrão Suicida. Esse pouco pode ser creditado a Viola Davis, que na pele de Amanda Waller, a funcionária do governo americano que é a responsável por juntar o time de vilões que devem ser empregados como um último recurso, em situações extremas e sobre-humanas – do tipo que seres como o Super Homem podem causar. Os personagens, que necessariamente deviam cativar o público, já que em sua maioria são desconhecidos – com a exceção do Coringa, aqui um coadjuvante de luxo, e, talvez, Arlequina -, são apresentados de forma rasa, o que afeta até o desenvolvimento do Esquadrão Suicida como um time – fica difícil acreditar que, ao final do filme, qualquer um desses mercenários esteja disposto a correr perigo para salvar a vida de um dos membros do grupo. O desenvolvimento do senso de equipe aqui é quase nulo – o espaço que deveria ser dedicado a isso acaba sendo utilizado para uma série de piadas e frases de efeito, que em sua maioria soam forçadas. Esquadrão é um desperdício de potencial.