Animais Fantásticos e Onde habitam

Por Nicole Roth

Cinco anos após os fãs de Harry Potter se despedirem da franquia nos cinemas, David Yates tinha a missão de dirigir “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, o retorno do universo mágico de JK Rowling (que inclusive assina o roteiro do longa) às telas do cinema. O novo longa metragem – que, já foi anunciado, será parte de uma nova franquia, com um total de cinco filmes – se passa 70 anos antes das aventuras vividas por Harry Potter – aqui, o espectador é apresentado a Newt Scamander, um protagonista de quem, assim como alguns outros personagens do filme, o fã de Harry Potter apenas tinha ouvido falar, anteriormente.

Os desafios da nova equipe eram muitos: era preciso restabelecer com o público a empatia costumeira que tinham com seu protagonista, fazer com os espectadores se importassem com o mundo bruxo dos Estados Unidos, do final dos anos 20 – e deixar um gancho que justificasse as próximas continuações do longa, que fosse instigante o suficiente para fazer com que o público quisesse mais daquela história. De modo geral, a equipe de “Animais Fantásticos” foi bem-sucedida.

Para viver Newt Scamander, foi escalado o ator Eddie Redmayne, que, apesar de conservar alguns trejeitos e caretas da sua interpretação de Stephen Hawking, consegue projetar o carisma necessário para que o público se importe com o novo protagonista. Os demais atores, como Dan Folger, que vive Jacob Kowaslki, o americano não-mágico que confunde sua mala com a de Newt e dá início às confusões do longa, também se destacam.

A trama se passa quando Newt vai aos EUA com uma mala cheia dos “animais fantásticos” – que acaba se perdendo -, em meio a um clima pré-guerra no mundo bruxo, quando Grindelwald, o grande buxo das trevas daquela época, está a solta. São esses detalhes da trama, pequenas conexões com a história original de Rowling, que fazem o espectador ficar curioso: com Grindelwald como parte da franquia, o fã poderia assistir aos fatos que são apenas mencionados de passagem na série de livros britânica. Escorregando apenas em alguns momentos em que deixa a comédia falar mais alto do que a lógica do roteiro, “Animais Fantásticos” é um retorno surpreendentemente agradável do mundo bruxo aos cinemas.