Computadores de mesa deixam de ser preferência entre os consumidores

Nova demanda | Os chamados desktops deram lugar aos notebooks e netbooks

“Não, desculpe, não trabalhamos mais com esse tipo de produto”, “sinto muito, não temos mais recebido os aparelhos do fornecedor”. Essas são as respostas mais prováveis que um cliente que, por ventura, queira comprar um computador de mesa – o antes muito popular desktop – irá receber dos vendedores que o atenderem.

É o que relata Leomar José Coelho, gerente da CR Diementz de Campo Bom. Ele conta que a empresa que era seu principal fornecedor de computadores de mesa fechou e que, portanto, no momento não há previsão para a entrada do produto nas lojas. “Nos últimos tempos, temos tido muito mais saída para notebooks do que para o computador tradicional. Até vendemos o desktop, mas a maioria das vendas são de notes. Se fosse para colocar em uma proporção, diria que para cada 10 notebooks vendidos, vendemos 2 computadores de mesa”, exemplifica Leomar.

De acordo com o gerente, os clientes que ainda procuram pelos computadores de mesa querem um produto para uso básico, como trabalhos escolares. “Normalmente são pessoas que farão um uso simples do produto, como pais que têm filhos que farão trabalhos de escola ou até mesmo para usar na sua empresa”, conta.

Estudo revela queda de vendas no país

A história se repete na filial das lojas Solar de Sapiranga. Alexandre de Lima Oliveira, gerente da Solar de Sapiranga, comenta que já não trabalham mais com desktops. “E mesmo quando ainda tínhamos o produto disponível, nos últimos tempos a procura era mais por notebooks do que computadores de mesa”, comenta.

Esse é o retrato do cenário do mercado de informática nacional: segundo um estudo da IDC Brasil, publicado em maio deste ano, no primeiro trimestre de 2015, foram comercializados 804 mil desktops no país, representando uma queda de 21% comparado às vendas realizadas no mesmo período no ano de 2014.

Os dados são do estudo IDC Brazil PCs Tracker Q1, realizado pela IDC Brasil, que aponta que, ao considerarmos os números de vendas de desktops e notebooks, há uma queda de 20% nas vendas do primeiro trimestre de 2015, comparado com os três primeiros meses de 2014. Neste ano, foram comercializados 1,964 milhão de computadores durante o período, contra 2,4 milhões de unidades vendidas em 2014. Uma queda já havia sido registrada nas vendas de 2014, de 26% em relação às vendas de 2013, com vendas de 10,3 milhões de computadores.

Do total de unidades comercializadas no primeiro trimestre desse ano, 1,160 foram notebooks, que apesar de ainda serem mais populares que os computadores de mesa, registraram uma queda de 19% em comparação com o mesmo período do ano passado. O estudo ainda aponta que 32% representam vendas para o mercado corporativo e 68% para o consumidor final.